Método criado pela EMBRAPA está instalado em uma granja no município de Videira, em Santa Catarina.
A EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, desenvolveu um método para gerar energia com dejetos de porcos.
A pesquisa desenvolveu ainda condições para reúso da água da suinocultura.
De acordo com a reportagem do Globo Rural, cada porco gera 4,5 litros de fezes e urina por dia. Com isso, as baias precisam ser limpas diariamente.
Legislação brasileira

A Lei 6.938/81, também conhecida como Lei de Crimes Ambientais, estabelece sanções e responsabilidades legais em casos de danos ao meio ambiente, e a suinocultura, devido ao seu potencial poluidor, se enquadra nesse escopo.
A legislação ambiental responsabiliza criminalmente os produtores de suínos por eventuais danos causados ao meio ambiente e à saúde das pessoas e dos animais.
Assim, com o objetivo de tornar a produção de suínos mais sustentável e reduzir as emissões, a EMBRAPA desenvolveu o Sistema de Tratamento de Efluentes da Suinocultura – SISTRATES.
Na fazenda em que o sistema está instalado, o potencial poluidor produzido pelos dejetos dos suínos, equivale a uma cidade de 100 mil habitantes.
São cerca de 300 mil litros de dejetos todos os dias, de acordo com o Globo Rural.
O sistema

Grandes tanques de armazenamento recebem os dejetos dos suínos encaminhados pelos produtores de suínos.
Nesses tanques, o resíduo passa por um processo de tratamento, para ser usado como gerador de energia elétrica, e fazer o reúso da água residual.
Para gerar energia, a parte líquida é separada da parte sólida, e nos biodigestores ocorre a fermentação.
O metano, biogás gerado nesse processo, é enviado para um tanque de armazenamento onde é queimado e gera energia elétrica.
Hoje, com esse sistema, a fazenda de suínos gera por dia 6 mil Kilowatts por dia, o que representa uma economia de 50% na conta de energia elétrica.
Tratamento de efluentes

Depois da extração do biogás, ainda restam os resíduos líquidos e sólidos nos biodigestores.
O processo transforma o resíduo sólido em adubo, que é distribuído para a vizinhança e para parceiros da fazenda.
Já o resíduo líquido, passa por mais duas etapas de tratamento. A primeira remove o nitrogênio, a etapa seguinte remove o fósforo.
O tratamento biológico, manda o nitrogênio de volta para atmosfera , em forma de gás, sem prejuízos ao meio ambiente.
Já o fósforo se torna fertilizante ou insumo para ração animal. A água agora totalmente tratada pode ser reutilizada na limpeza, refrescar as leitoas, ou até mesmo retornar ao curso de um rio, sem nenhum dano ao meio ambiente.
De acordo com Moisés Schlosser, gerente da fazenda de suinocultura, antes do projeto da EMBRAPA, a produção usava em torno de 900 mil litros de água potável por dia.
Agora, com o sistema de reúso, o número caiu para 350 mil litros de água potável por dia.
O objetivo agora é que a tecnologia se espalhe, para que a produção de suínos, esteja cada dia mais alinhada a práticas sustentáveis.
Fonte: EMBRAPA Globo Rural