Pesquisa revelou que as águas dos oceanos transformam mais de 15 bilhões de toneladas do gás em tecido por meio da fotossíntese do fitoplâncton.
Um estudo científico publicado na revista Nature, revela que os oceanos absorvem mais carbono do que o estimado até agora.
De acordo com a publicação, o novo cálculo chega a 15 bilhões de toneladas anuais, ou seja, um aumento de 20% em relação aos cálculos mencionados pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), formado por especialistas em clima, em 2021, segundo um comunicado do CNRS.
Dados importantes
De acordo com Frédéric Le Moigne, oceanógrafo e biólogo marinho do Centro Nacional de Pesquisa Científica da França (CNRS), coautor desse estudo, em declaração a AFP, o número de sequestro de carbono é um cálculo importante e reforça o papel da biologia dos oceanos na absorção de carbono no longo prazo.
O estudo foi realizado em parceria pesquisadores chineses e americanos.
Esta absorção ocorre graças ao fitoplâncton, que transforma o CO₂ em tecido orgânico por fotossíntese.
Ao morrer, parte desse fitoplâncton flui da superfície do oceano sob a forma de “neve marinha“.
Para medir esses fluxos de “neve marinha”, os pesquisadores se baseiam em dados existentes de concentração de carbono no oceano, “medidos por navios oceanográficos”, ressalta o pesquisador.
Captura de carbono
Ao chegar ao fundo do oceano, essa “neve marinha” se transforma em sedimento e em pedra, absorvendo carbono por períodos longuíssimos.
Segundo a pesquisa, graças a essa simulação digital, conseguiu-se reconstruir os fluxos globais e especialmente regionais onde não se fazia nenhuma medição dos fluxos.
“Trata-se de calcular quanto (carbono) chega realmente ao fundo do oceano, a 3.800 metros de profundidade média, sem ser devorado por organismos marinhos.” afirma Le Moigne.
Importância da preservação do ecossistema
Para os pesquisadores, o estudo demonstra a importância de preservar a biodiversidade para garantir esse processo de absorção biológica de carbono.
“Estamos diante de um fluxo ainda mais importante do que se pensava”, ressalta o pesquisador do Laboratório das Ciências do Meio Ambiente Marinho (Lemar) de Plouzané.
Atualmente, estima-se que o oceano absorva cerca de 30% do carbono liberado na atmosfera pelas atividades humanas, principalmente pela dissolução do carbono nos mares polares.
Os oceanos prestam uma contribuição inestimável para equilibrar o carbono, e manter o equilíbrio climático.
Fonte: R7