Reciclagem de Plásticos, Caracterização e Análises Químicas e Recuperação Energética de Resíduos: Confira como foi o terceiro dia do I Congresso Brasileiro Digital de Gerenciamento de Resíduos

resíduos

Os aprendizados dos painéis sobre reciclagem de plásticos, análises químicas e recuperação energética evidenciaram a complexidade e a interconexão entre as diversas etapas do gerenciamento de resíduos.

O terceiro dia do I Congresso Brasileiro Digital de Gerenciamento de Resíduos promovido pelo Portal Sustentabilidade, aconteceu no dia 28 de fevereiro.

Além de nos mostrar cases de sucesso, como o Programa Jogue Limpo, o terceiro dia do congresso nos deu a oportunidade de acompanhar a evolução histórica dos plásticos e embalagens.

Neste terceiro dia, tivemos a oportunidade de explorar detalhes cruciais sobre os processos realizados dentro do laboratório com a equipe especializada em gestão ambiental.

O destaque do terceiro dia foi um case envolvendo um gerador de resíduos que implementou a abordagem de aterro zero em suas instalações, contando com o suporte do coprocessamento para o tratamento de diversos resíduos previamente destinados ao aterro sanitário.

Assim, convidamos você a continuar conosco e descobrir tudo o que aconteceu no terceiro dia do Congresso Brasileiro Digital de Gerenciamento de Resíduos, juntamente com as valiosas lições que esse dia proporcionou.

Dia 3

Painel 7 – Reciclagem de Plásticos

recuperação energética
Foto: Reprodução/Pexels

Participaram desse painel:

  • Marcelo Serpa – Especialista em Indústrias de Transformação de Plásticos e de Embalagens na COR & CIA;
  • Moisés Duarte – Diretor da REPET RESÍDUOS E RECICLÁVEIS e;
  • Bruno Leonardo – Coordenador de Operações Regionais na GRI KOLETA GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS.

Este painel tratou sobre a reciclagem dos plásticos, desde a evolução histórica dos plásticos e embalagens, passando pelos impactos causados até chegar à consciência da necessidade do gerenciamento adequado desses resíduos, apresentando as etapas do processo de reciclagem, as leis que regem a reciclagem desses tipos de resíduos, a importância da educação ambiental em todos os setores de ensino e apresenta um case de sucesso.

Com o especialista em Indústrias de Transformação de Plásticos e de Embalagens na COR & CIA, tivemos a oportunidade de conhecer a evolução histórica dos produtos e das embalagens, como por exemplo, os períodos da história humana, onde na pré-história a concepção de produtos era a pedra lascada, o machado, mas uma das embalagens mais fascinantes de toda a história foram e ainda são os barris, que foram criados para transportar os viveres, os produtos que dariam suporte a vida, como a água, por exemplo.

Descobrimos que o plástico é uma inovação relativamente recente, originando-se por volta de 1900. No contexto vital, a embalagem desempenha um papel fundamental, e os plásticos descartáveis têm a capacidade de serem eliminados, mas também podem ser reaproveitados. Isso nos leva a refletir sobre o design do produto e a importância de considerar a maneira adequada de descartar esse material plástico.

Com base nas informações compartilhadas pelo especialista, fica evidente que apenas 2% do plástico global é produzido no Brasil.

Isso sugere que há uma considerável quantidade de plástico passível de reciclagem, indicando a possibilidade de o país alcançar a autossuficiência em diversos tipos de plásticos por meio da reciclagem.

A correta destinação do material plástico e sua transformação, como se fosse alquimia, poderiam converter o que seria descartado como lixo em uma valiosa matéria-prima, promovendo assim um ciclo de reaproveitamento.

Com o Diretor da REPET RESÍDUOS E RECICLÁVEIS, Moisés Duarte, nós aprendemos como funciona os Processos de Reciclagem de Plástico de Polietileno de Alta Densidade do Sopro e quais são as etapas desse processo.

Durante a apresentação do Coordenador de Operações Regionais na Gri Koleta Gerenciamento de Resíduos, Bruno Leonardo, adquirimos conhecimentos sobre as regulamentações relacionadas à reciclagem, com ênfase na Lei nº12.305 de 2020, conhecida como a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Esta legislação introduziu um novo conceito para a Logística Reversa, estabeleceu a Responsabilidade Compartilhada e incentivou a promoção da Economia Circular.

Bruno Leonardo também nos conta sobre o Programa Jogue Limpo, um projeto de Logística Reversa por Economia Circular, que é o das embalagens de óleo lubrificante usado, que veio através da obrigatoriedade da Política Nacional de Resíduos Sólidos e, portanto, se trata de um acordo setorial das fabricantes de óleo lubrificante.

A GRI opera a coleta, transporte, beneficiamento e destinação final de embalagens de óleo lubrificante automotivo pós consumo em 6 estados, Minas Gerais, Goiás, Bahia, Espirito Santo, Alagoas, Sergipe e o Distrito Federal.

Com isso, o painel nos apresenta os seguintes aprendizados:

  • Marcelo Serpa: Aprendemos que para viabilizar a reciclagem o processo deve ser iniciado na concepção da embalagem do produto. O Marcelo trouxe um olhar bem diferenciado e abordou o tema de uma forma prática e funcional. Sem contar os inúmeros dados que ele trouxe, os participantes pediram muito para liberar a apresentação dele devido a tantas informações úteis.
  • Moisés Duarte: Aprendemos como funciona os Processos de Reciclagem de Plástico de Polietileno de Alta Densidade do Sopro e quais são as etapas desse processo.
  • Bruno Leonardo: Conhecemos um case de sucesso, que é o Programa Jogue Limpo.

Painel 8 – Caracterização e Análises Químicas

recuperação energética
Foto: Reprodução/Pexels

Participaram desse painel:

  • Denise Sonego – Coordenadora Técnica na ALS Ambiental;
  • Sílvio Nunes de Almeida – Especialista Técnico na ALS Ambiental;
  • Mauro Machado – Country Manager, Environmental Brazil na ALS Ambiental.

Este painel traz detalhes sobre os processos laboratoriais com a ALS Ambiental. Há mais de 45 anos, a ALS fornece testes e soluções técnicas a clientes numa vasta gama de indústrias por todo o mundo.

Com a orientação da Coordenadora Técnica, Denise Sonego, adquirimos um entendimento abrangente sobre as diversas matrizes ambientais e os diferentes tipos de análises realizadas no laboratório ambiental. Compreendemos minuciosamente todo o processo pelo qual as amostras passam, desde o primeiro contato com o cliente, conduzido pelo setor comercial da empresa, até a conclusão e divulgação do laudo.

Compreendemos a definição de amostra e adquirimos insights sobre o abrangente processo de Coleta e Entrega das Amostras. Desde a Liberação da Cadeia, o Recebimento da Amostra e o Armazenamento em Câmara Fria, até os procedimentos de Checklist, o Sistema LIMS, a Entrada no Laboratório, a condução das Análises, o Reporte, a Revisão, a Publicação e, por fim, a elaboração do Laudo. 

Com o Especialista Técnico, Sílvio Nunes de Almeida, vimos um pouco mais sobre análises químicas de contaminante emergentes.

Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), um contaminante emergente é definido como “qualquer microorganismo ou substância química natural ou sintética que não é monitorada, mas que é capaz de surgir no ambiente e provocar efeitos adversos conhecidos ou não sobre ecossistemas e/ou sobre a saúde humana”.

Conhecemos diversos tipos de contaminantes emergentes, como os fármacos e higiene pessoal (Ibuprofeno, Cafeína), as drogas psicotrópicas (Canabinóides, Cocaínicos), hormônios (Progesterona, Testosterona), pesticidas (Herbicidas, Fungicidas e Inseticidas)

Da mesma forma, aprendemos que o PFAS são substâncias orgânicas per e polifluoradas sintéticas produzidas pelo homem e que podem ser encontradas nas embalagens, na água potável, em roupas, calçados, em produtos domésticos, em organismos vivos e em espumas contra incêndio (AFFF- Aqueous Film Forming Foam).

Com o Country Manager, Environmental Brazil, Mauro Machado, constatamos que a importância da norma ABNT NBR 10.004, uma vez que muitas empresas dependem do laudo de caracterização para realizar o gerenciamento adequado dos resíduos.

A ABNT NBR 10.004 classifica os resíduos sólidos quanto aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, para que possam ser gerenciados adequadamente.

Aprendemos que os resíduos perigosos são classificados e caracterizados conforme a ABNT NBR 10.004 como aqueles que apresentam periculosidade. Esses resíduos fazem parte da Classe I da norma.

Neste presente painel, adquirimos os seguintes aprendizados:

  • Denise Sonego: Aprendemos a rotina de um laboratório ambiental, desde o primeiro contato com o cliente, até a publicação do laudo.
  • Silvio Nunes de Almeida: Aprendemos sobre análises químicas de contaminantes emergentes e os seus tipos.
  • Mauro Machado: Aprendemos a importância que a ABNT NBR 10.004 possui para o processo de gerenciamento adequado de resíduos.

Painel 9 – Recuperação Energética de Resíduos

coprocessamento
Foto: Reprodução/Pexels

Participaram desse painel:

  • Juliano Menezes de Melo – Gerente Geral da Revalora/Grupo CSN;
  • Bruno Gattas Hallak – Gerente de Meio Ambiente/Sustentabilidade Revalora/Grupo CSN;
  • André Luiz Barbosa Antunes – Especialista de Meio Ambiente na Novo Nordisk Farmacêutica do Brasil;
  • Daniel Adriano dos Montes – Analista de Meio Ambiente na Novo Nordisk Farmacêutica do Brasil.

Neste painel, teremos a oportunidade de conhecer a visão de duas empresas que trabalham juntas, mas com responsabilidade diferentes, uma delas é uma empresa de tratamento de resíduos e a outra, é uma geradora de resíduos.

Com o Gerente Geral da Revalora, Juliano Menezes, vimos que o coprocessamento é uma técnica de destruição de resíduos a altas temperaturas nos fornos que existem nas fábricas de cimento, aproveitando assim o conteúdo energético como combustível e a fração mineral que ela é incorporada, servindo como matéria-prima.

Já com o Gerente de Meio Ambiente e de Sustentabilidade, Bruno Hallak, compreendemos como esse processo é controlado e monitorado, tendo como referência o CONAMA 499/2020 e algumas legislações internacionais.

Com o Especialista de Meio Ambiente, André Luiz e o Analista de Meio Ambiente, Daniel Adriano da Novo Nordisk Farmacêutica do Brasil, nós compreendemos a visão do gerador de resíduos, que tem como grande responsabilidade destinar os resíduos sempre visando tecnologia de tratamento mais sustentáveis.

Aprendemos um pouco mais sobre a transição da economia linear para a economia circular.

Através dos conhecidos adquiridos deste painel, nós tivemos os seguintes aprendizados:

  • A recuperação energética não gera passivos ambientais, não gera novos resíduos e a proposta do coprocessamento é justamente buscar a reciclagem mineral e a recuperação energética na indústria do cimento.
  • Todos os dispositivos legais referentes ao monitoramento e controles do processo de coprocessamento;
  • O coprocessamento ajuda diversas empresas na transição da economia linear para a economia circular;
  • Aprendemos como trabalhar com produtos, buscando a destinação cada vez mais circular e aumentando assim o tempo de vida dos materiais.

Através do processo de coprocessamento da Revalora/Grupo CSN, a Novo Nordisk conseguiu alcançar dois grandes feitos, zerar a incineração e alcançar a meta de aterro zero.

Insights do terceiro dia

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Foto: Reprodução/Pexels


No terceiro dia do I Congresso Brasileiro Digital de Gerenciamento de Resíduos, o foco foi direcionado a tópicos essenciais, como a Reciclagem de Plásticos, Caracterização e Análises Químicas, e Recuperação Energética de Resíduos.

Os especialistas compartilharam insights sobre a evolução histórica dos plásticos, a importância da norma ABNT NBR 10.004 para o gerenciamento adequado de resíduos e o impacto positivo do coprocessamento na transição para uma economia circular.

O evento destacou práticas sustentáveis, inovações em processos laboratoriais e iniciativas bem-sucedidas, reforçando a necessidade de considerar o design do produto desde sua concepção até o descarte responsável, alinhado às leis e regulamentações ambientais.

Os aprendizados dos painéis sobre reciclagem de plásticos, análises químicas e recuperação energética evidenciaram a complexidade e a interconexão entre as diversas etapas do gerenciamento de resíduos.

A busca pela autossuficiência na reciclagem de plásticos, a análise de contaminantes emergentes e a eficácia do coprocessamento foram destacadas como elementos-chave para avançar em direção a práticas mais sustentáveis no contexto brasileiro.

Por: Marco A. Monti

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