Segundo os autores, essa descoberta revela uma alta taxa de emissão de hidrogênio geológico quase totalmente puro, sugerindo o potencial para uma nova fonte de energia primária extraível.
Por: Redação Portal Sustentabilidade
Em uma notável descoberta, foi identificado um significativo depósito natural de hidrogênio na mina de Bulqizë, na Albânia, uma das principais minas de crómio do mundo.
Os pesquisadores, cujas conclusões foram publicadas recentemente na revista Science, revelaram que a piscina de água nas profundezas da mina abriga o maior fluxo natural de hidrogênio já registrado.
A extraordinária reserva de hidrogênio, uma fonte potencial de energia limpa, foi encontrada a uma profundidade de 1.000 metros após um processo de desgaseificação na água.
Hidrogênio de alta qualidade
Surpreendentemente, a equipe de cientistas estimou que pelo menos 200 toneladas de hidrogênio de alta qualidade escapam anualmente da mina.
Localizada em maciços ofiolíticos, formações geológicas originadas da crosta oceânica transportada para os continentes pelas placas tectônicas, a mina possui um potencial notável para hospedar hidrogênio de alta qualidade.
A relevância dessas formações geológicas tem sido historicamente negligenciada pela indústria de petróleo e gás, devido à falta de interesse em recursos de hidrocarbonetos, de acordo com os pesquisadores.
Impactos ambientais
Laurent Truche, professor de geoquímica da Universidade de Grenoble Alpes e autor principal do estudo, descreve a descoberta como transformadora.
Segundo o pesquisador, eles encontraram uma espécie de “jacuzzi” de 30 metros quadrados, repleta de hidrogênio quase puro, dentro de uma galeria de mina originalmente destinada à drenagem.
Apesar da magnitude da descoberta, os pesquisadores exercem cautela devido aos potenciais impactos ambientais associados a ambientes geológicos desse tipo, que abrigam uma biosfera profunda.
Como parte de seus esforços contínuos, a equipe está comprometida em aprofundar as investigações, mantendo uma abordagem responsável diante das implicações ambientais.
Fonte: Galileu