O grupo multinacional controla Fiat, Peugeot e Jeep, valor é o maior já anunciado por uma empresa no mercado brasileiro.
Por: Redação Portal Sustentabilidade
O grupo Stellantis anunciou o investimento de R$ 30 bilhões para fabricação de carros híbridos flex no Brasil.
De acordo com a Folha, trata-se de um valor recorde entre as fabricantes de veículos instaladas no país. O dinheiro será direcionado para diferentes áreas, mas o foco principal está no desenvolvimento de modelos híbridos flex.
O primeiro será lançado no segundo semestre deste ano. Essa tecnologia se torna necessária para adequar os carros à oitava fase do Proconve (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores), que entra em vigor no próximo ano.
Investimentos no setor
O anúncio foi feito no dia 06 de março, pelos executivos da empresa. Carlos Tavares, CEO global do grupo Stellantis, veio ao país para participar da reunião com o governo federal.
A fabricante reúne as marcas Fiat, Jeep, Peugeot, Citroën e RAM —todas com veículos produzidos no Brasil. Há linhas de montagem em Minas Gerais, Pernambuco e Rio de Janeiro.
O investimento dará origem a 40 automóveis, número que reúne modelos inéditos e atualizações de veículos que já estão em linha.
De acordo com a montadora, haverá quatro novas plataformas, que darão origem a carros híbridos flex de diferentes níveis, além de uma opção 100% elétrica.
“Temos a ambição de ter 20% da frota puramente elétrica no Brasil, o que vai depender também da infraestrutura”, diz Emanuele Cappellano, presidente do grupo Stellantis na América do Sul.
Vantagem competitiva
Segundo Capellano, por causa da experiência com o etanol, o Brasil se tornou o centro de desenvolvimento dos novos sistemas híbridos da montadora.
“Temos uma vantagem competitiva, que é o etanol. Até um EV na Europa, considerando a cadeia de fornecimento de energia, não consegue chegar ao nível de descarbonização que temos no Brasil”, afirma Capellano.
A montadora chama sua futura linha de produtos de Bio-Hybrid. Um dos destaques é a opção e-DCT, equipada com um câmbio automático de dupla embreagem —que é a tradução da sigla DCT, “dual clutch transmission”.
Nesse caso, um motor elétrico é instalado junto à caixa de marchas e gerenciado por uma central. Há ainda uma bateria que permite armazenar energia para rodar alguns poucos quilômetros sem queimar combustível (gasolina ou etanol).
A solução vai equipar modelos mais caros da Stellantis, como versões futuras do Jeep Compass. Para os carros compactos, as alternativas são os sistemas de partida otimizados, conhecidos como híbridos leves.
Parte dos R$ 30 bilhões será direcionada à expansão dos serviços de pós-venda, com ampliação dos pontos de atendimento para veículos que já estão fora da garantia.
Crescimento do setor
Segundo a montadora, o mercado de autopeças movimentou mais de R$ 96 bilhões na América do Sul em 2022. No Brasil, foram aproximadamente R$ 61 bilhões no período.
“O Brasil é estratégico para o plano global de expansão de negócios da GM. Além de ser um polo exportador de veículos para a América do Sul, conta com um amplo centro de desenvolvimento de engenharia”, disse à época Shilpan Amin, presidente da General Motors International.
O mês de fevereiro teve dois aportes. A Volkswagen anunciou um acréscimo de R$ 9 bilhões ao plano que teve início há dois anos. No total, serão R$ 16 bilhões entre 2022 e 2028.
Em seguida, foi a vez de a sul-coreana Hyundai confirmar um investimento de R$ 5,4 milhões.
Na terça-feira (5), a Toyota confirmou um investimento de R$ 11 bilhões para produção de novos modelos híbridos flex no Brasil. A montadora japonesa afirmou que gerará 2.000 empregos diretos.
Fonte: Folha