Projeto chamado de “Morro de vontade” capta e trata água da chuva que depois é usada por moradores na periferia em Recife.
Um projeto da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE saiu das fronteiras dos muros da universidade, para levar água potável para moradores da periferia do Recife.
Na comunidade Alto da Telha, reservatórios captam e tratam água da chuva, que depois os moradores podem consumir.
O reservatório projetado para locais com pouco espaço, está sendo instalado desde janeiro deste ano, e até o momento contemplou em 20 residenciais.
O sistema
Os sertanejos, que aprenderam a armazenar a água da chuva para conviver com os períodos de seca, inspiraram o desenvolvimento do sistema.
Um sistema de calhas, instalado no telhado das casas, capta e leva a água para uma cisterna de 300 litros, instalada no subsolo.
Após a captura, a cisterna bombeia a água para o reservatório, que tem 6 metros de comprimento e 50 centímetros de largura, sendo fabricado com fibra de vidro.
O reservatório com capacidade de mil litros, abastece as casas da comunidade.
Tratamento da água captada
A água é tratada, mas um reservatório menor recebe os primeiros 100 litros captados, que ser utilizado para fins como limpeza.
A tecnologia ajuda ainda a reduzir o risco de deslizamento e infiltração do solo, uma vez que o volume da água da chuva a chegar ao solo é menor.
De acordo com Giselle Vieira, gerente geral de Atenção Social da Defesa Civil do Recife, o projeto da UFPE é muito importante para a comunidade, e contribui significativamente com a mitigação de riscos.
A vedação total do reservatório impede a proliferação do mosquito transmissor da dengue.
Isabelle Câmara, pesquisadora da universidade, tem a expectativa de que outras entidades da sociedade civil possam contribuir para levar o projeto “Morro de Vontade” a outras comunidades no Recife.
Investimento
A UFPE investiu R$ 1 milhão de reais na Pluvi, startup incubada do Polo Tec da UFPE, em parceria com a empresa Aqualito.
A empresa será responsável pela instalação do sistema de captação e tratamento de água.
O sistema contemplará 75 casas na comunidade Alto da Telha.
Segundo Julio Cesar, pesquisador da UFPE, o sistema de captação desenvolvido na universidade, proporciona dignidade para os moradores nessas comunidades com acesso restrito ao saneamento básico, para o desenvolvimento econômico, social e sustentável de toda a sociedade.
O reservatório alegrou a vida do senhor Gilmar que vive na comunidade e armazenava água em potes e baldes.
Ele falou ao G1 da alegria de poder tomar banho em seu chuveiro, após cinco anos, pois a água não tinha força para chegar no encanamento.
Fonte: G1
