Estudo da ANA aponta que cada R$ 1 investido em sistemas de alerta para eventos climáticos extremos pode evitar perdas de R$ 661

sistema de alerta

A partir de estudos de casos, publicação da ANA traz levantamento inédito sobre relação entre o valor investido na Rede Hidrometeorológica Nacional.

A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) lançou o estudo Avaliação de Custos e Benefícios da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN) – Estudos de Casos.

A publicação traz um levantamento inédito sobre a relação entre o valor investido na Rede e o retorno que ela proporciona para a sociedade. O estudo foi financiado pela ANA e desenvolvido pelo Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IPH/UFRGS).

Um exemplo das conclusões do estudo é que o emprego dos dados na configuração e implementação de sistemas de alerta para eventos climáticos extremos, como secas e inundações, pode evitar perdas de até R$ 661 para cada R$ 1 investido, relação quantificada a partir das perdas e custos evitados em decorrência de alertas para inundações em áreas urbanas.

Investimentos para prevenção

inundações
Foto: Reprodução/Pexels

O estudo também apresenta o levantamento realizado em dois municípios do Rio Grande do Sul – São Sebastião do Caí e Montenegro – sujeitos a cheias frequentes no rio Caí.

Neles os dados e informações da RHN permitem o mapeamento de áreas inundáveis com seus respectivos períodos de retorno – periodicidade estimada entre ocorrências de tais eventos. Se empregadas no planejamento urbano, de modo a restringir ocupações em áreas inundáveis, essas informações poderiam trazer um retorno (em danos e perdas evitadas) de até R$ 14 para cada R$ 1 investido.

A partir de um estudo de caso da bacia hidrográfica do rio Taquari-Antas, a cada R$ 1 aplicado no custeio da rede de monitoramento local para produzir os dados de melhor qualidade, são esperados benefícios de até R$ 106, o que está associado à redução de custos decorrentes de eventual superestimativa da garantia física (quantidade de energia que a hidrelétrica é capaz de garantir) de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs).

Outro resultado do levantamento aponta que cada R$ 1 investido na RHN para disponibilizar dados ao processo decisório para operação hidrelétrica na bacia do rio Paraná pode trazer um retorno de R$ 134.

Monitoramento hidrológico

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Foto: Reprodução/Pexels

O estudo abordou aspectos gerais do uso dos dados hidrológicos gerados para os setores usuários do saneamento básico, produção agrícola e industrial, geração de energia, transportes, infraestrutura e defesa civil.

A ANA selecionou um grupo de setores da economia para quantificar os benefícios decorrentes do uso de dados hidrológicos, comparando-os com os custos de produção dos dados da RHN, a partir do levantamento sobre os custos de implementação e operação da rede de monitoramento sob sua responsabilidade. Assim, foi possível realizar uma análise de custos e benefícios proporcionados pela Rede.

O estudo reforça a importância do monitoramento hidrológico e a necessidade de se aprimorar a atuação da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico na coordenação da Rede Hidrometeorológica Nacional. Essa ferramenta de monitoramento é necessária para o conhecimento da quantidade e qualidade dos recursos hídricos no País, assim como para subsidiar e qualificar decisões tomadas por órgãos e entidades públicas e privadas a partir dos dados de monitoramento hidrológico.

A Rede Hidrometeorológica Nacional

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Foto: Reprodução/pexels

A ANA coordena as atividades desenvolvidas no contexto da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN) conforme estabelecido pela Lei nº 9.984/2000.

A Agência possui uma rede de monitoramento de níveis e vazões de rios e de chuvas em todo o Brasil. São mais de 4,7 mil estações de monitoramento, sendo aproximadamente 1.900 estações fluviométricas (medem níveis e/ou vazões de rios) e 2.800 estações pluviométricas (medem chuvas).

A RHN visa a prover informações de boa qualidade, para atender aos diversos estudos e projetos na área de recursos hídricos, sendo fundamentais em análises relacionadas a aproveitamentos hidrelétricos, à gestão dos recursos hídricos, ao planejamento e manejo integrados de bacias hidrográficas, saneamento básico, abastecimento público e industrial, navegação, irrigação, pecuária, previsão hidrológica, dentre outros estudos de grande importância científica e socioeconômica, bem como de impacto ambiental.

Os dados registrados fornecem subsídios à efetiva implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, instituída pela Lei nº 9.433/1997.

Por: Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico – ANA

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