Em um anúncio que reverberou pelo mercado energético, a empresa americana Helion Energy estabeleceu a audaciosa meta de produzir energia nuclear de fusão até 2028.
Por: Redação Portal Sustentabilidade
Sob a liderança de Sam Altman, renomado investidor e presidente do conselho, a Helion promete uma revolução na transição energética com essa tecnologia inovadora.
Embora o anúncio tenha sido recebido com algum ceticismo, dada a complexidade do processo e a falta de precedentes comerciais, a empresa já firmou um compromisso vinculativo com a gigante da tecnologia Microsoft para fornecer energia de fusão até o prazo estipulado.
Em caso de não cumprimento, a empresa enfrentará penalidades contratuais, conforme estipulado no acordo com a empresa de Bill Gates, um entusiasta da energia de fusão e investidor no setor.
Marco na energia
O mercado testemunhou um marco histórico com esse anúncio, visto que é o primeiro contrato de fornecimento de energia de fusão, uma fonte energética almejada por cientistas há décadas.
Detalhes financeiros do contrato e possíveis penalidades não foram divulgados pela Helion Energy.
A empresa está em vias de apresentar o Polaris, seu protótipo de gerador de energia de fusão, ainda neste ano.
Além disso, em uma demonstração de confiança em sua tecnologia, a empresa fechou recentemente um contrato com a Nucor, maior siderúrgica dos EUA, para a construção de uma usina de fusão nuclear em uma de suas unidades até 2030.
O setor de energia de fusão está experimentando um crescimento significativo, com investimentos totalizando US$ 6 bilhões, dos quais US$ 1,4 bilhão foram aportados apenas no ano passado, de acordo com a Associação da Indústria de Fusão, que reúne 36 empresas.
Fonte de energia inesgotável
A energia de fusão promete ser uma solução revolucionária para a crise energética global. Ao contrário das fontes renováveis atuais, como eólica e solar, a fusão nuclear não é intermitente e oferece uma fonte de energia praticamente inesgotável e renovável.
Além disso, sua produção não emite grandes quantidades de resíduos radioativos, como ocorre com a energia nuclear de fissão atualmente em uso.
Ao unir átomos leves, como deutério e trítio, a fusão nuclear produz hélio como principal resíduo, um gás não radioativo.
Essa abordagem é considerada muito mais segura do que a fissão nuclear, que usa urânio e pode resultar em contaminação radioativa em caso de acidentes.
Transformações do setor
Embora os desafios técnicos sejam significativos, com a necessidade de manter temperaturas extremamente altas e superar obstáculos de escala, avanços recentes, como o ganho líquido de energia alcançado pelo Laboratório Nacional Lawrence Livermore em 2022, estão impulsionando o otimismo em relação à viabilidade comercial da energia de fusão.
Apesar das incertezas, a Helion Energy e outras empresas do setor estão determinadas a tornar a energia de fusão uma realidade.
De acordo com os entusiastas, os investimentos crescentes e avanços tecnológicos, o futuro da energia pode estar prestes a passar por uma transformação sem precedentes.
Fonte: Folha de São Paulo