Biogás: o papel da biotecnologia para alavancar a sua produção

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Com o avanço da energia renovável no País, especialista da Superbac explica que o uso de biotecnologia nos biodigestores é alternativa eficiente para aumento de produção de biogás.

As Leis Ambientais, estruturadas pelo Ministério do Meio Ambiente, são essenciais para garantir que todos os habitantes tenham acesso a um meio ambiente seguro, limpo, sustentável e livre de intervenções químicas que podem impactar negativamente toda a flora, fauna e população do planeta.

Considerada uma das mais completas e avançadas do mundo, a legislação ambiental brasileira reúne um conjunto de normas que determina ações que visam barrar o desmatamento, minimizar as mudanças climáticas e a poluição do ar.

Dentre elas, encontra-se ainda a destinação correta dos resíduos orgânicos, métodos de tratamentos de efluentes específicos e o uso predominante de energias renováveis, como é o caso do biogás – que é resultado da transformação de resíduos orgânicos em biocombustível.

Potencial de crescimento

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Foto: Reprodução/Pexels

Segundo levantamento recente da McKinsey, consultoria empresarial americana, o Brasil tem potencial para atingir um mercado de R$ 40 bilhões para a área de biogás e biometano até 2030, com volume de aproximadamente 460 milhões de MMBTU (1 Milhão de British Thermal Unit) – o equivalente a cerca de 30% da demanda de gás natural doméstico utilizado atualmente.

Monique Zorzim, bióloga, engenheira ambiental e gerente de novos negócios da Superbac, empresa de biotecnologia no Brasil, explica que o biogás, gerado em biodigestores é formado pelo processo de biodigestão anaeróbica e pode ganhar um reforço com o uso da biotecnologia – que é quando são utilizadas tecnologias que empregam organismos vivos ou seus metabólitos na criação ou modificação de produtos.

A especialista explica que biodigestor é um equipamento fechado onde o material orgânico hidratado se decompõe por digestão anaeróbia, ou seja, quando não há a presença de oxigênio, as bactérias anaeróbias fazem a decomposição da matéria úmida orgânica que está no aparelho.

Processo de fermentação

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Foto: Reprodução/Pexels

No processo de fermentação, ocorre a formação de biogás e biofertilizantes, que podem ser utilizados em diversos tratamentos sem impactos ao meio ambiente.

O processo anaeróbico do biodigestor é, naturalmente, dividido em 4 fases:

  • Hidrólise;
  • Acidogênese;
  • Acetogênese;
  • Metanogênese

A metanogênese é a responsável pela geração do biogás, sendo o metano o principal gás gerado no processo e o responsável pela geração de energia.

Como alternativa para o aumento de produção de metano, podemos utilizar a bioaumentação, técnica na qual microrganismos específicos aceleram o processo de degradação de compostos orgânicos, na fase da hidrólise, aumentando subprodutos gerados para serem utilizados nas fases seguintes.

Desta forma, ao chegar na metanogênese, o sistema terá maior quantidade de substratos disponíveis para que as bactérias, naturais do sistema, possam gerar uma quantidade maior de metano.

Biotecnologia atua em diversos setores

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Foto: Reprodução/Pexels

Atualmente, a biotecnologia já é utilizada em diversos setores, como medicina; agricultura; produção de alimentos; meio ambiente; indústria e serviços, além de contribuir para a sustentabilidade, na criação de produtos que emitem uma quantidade menor de poluentes.

“São inúmeras as vantagens de utilizar os biodigestores neste processo, inclusive, para a gestão de resíduos e a minimização de impactos ao meio ambiente. Dentre elas, podemos citar a eficiência na reciclagem dos resíduos orgânicos, redução da poluição, reciclagem dos excrementos de animais, obtenção de gás limpo e melhora da saúde pública, com a redução dos riscos para o bem-estar da população”, explica.

Monique acrescenta ainda que existem cinco tipos de biodigestores, mas que todos oferecem os mesmos benefícios para o meio ambiente e a população.

Segundo a especialista, a Europa tem se destacado neste quesito e apostado muito em plantas de biometano. Segundo dados da Associação Europeia do Biogás (EBA), em 2022, foram contabilizadas 254 plantas de biometano no país, contra 91, em 2019.

“No Brasil, estamos avançando ainda nesta tecnologia. Hoje, os principais estados brasileiros que utilizam este equipamento são os do Sul do País, como Paraná, Santa Catarina e o Rio Grande do Sul, pois concentram elevado número de granjas e frigoríficos – que são grandes geradores de Biogás. Entretanto, São Paulo também é uma região promissora para a biotecnologia e os biodigestores. Acredito que, em curto prazo, o Brasil ainda vai expandir nesta categoria, pois o potencial é imenso”, finaliza a especialista.

Por: Monique Zorzim, bióloga, engenheira ambiental e gerente de novos negócios da Superbac

** ** Este artigo é de autor independente e o texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Sustentabilidade

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