Os projetos incluem o desenvolvimento de células de combustível potentes para uso em navios e trens, além de tanques leves de hidrogênio para armazenar o gás com segurança para uso na aviação.
Por: Redação Portal Sustentabilidade
Airbus, BMW e Michelin estão entre as 11 empresas que receberão milhões em subsídios públicos para desenvolver tecnologia de hidrogênio com baixo teor de carbono.
A aprovação deste pacote de ajuda estatal pela União Europeia visa impulsionar um “importante projeto de interesse europeu comum”. Os Projetos Importantes de Interesse Comum Europeu (IPCEI) são instrumentos estratégicos para a implementação da Estratégia Industrial da União Europeia (UE).
Materializam-se em consórcios de larga escala que visam a Investigação e Desenvolvimento e as primeiras aplicações industriais em cadeias de valor estratégicas.
Com isso, a Comissão Europeia espera impulsionar ainda mais a tecnologia de energia limpa da UE, aprovando enormes subsídios estatais para uma série de projectos destinados a utilizar o hidrogênio para substituir os combustíveis fósseis nos transportes.
Setor de transporte
O projeto, denominado Hy2Move, foca no desenvolvimento de combustíveis para transportes e é uma colaboração entre Estônia, França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Eslováquia e Espanha. Esses países solicitaram uma isenção das regras do mercado único que geralmente proíbem subsídios nacionais.
Além da ajuda estatal, espera-se que o projeto atraia 3,3 bilhões de euros em investimentos do setor privado.
Os projetos incluem o desenvolvimento de células de combustível potentes para uso em navios e trens, além de tanques leves de hidrogênio para armazenar o gás com segurança para uso na aviação.
Empresas menores, como a fabricante eslovaca de aviões leves Tomark e a empresa estoniana de armazenamento de energia Skeleton, também estão envolvidas. No entanto, a Comissão Europeia divulgará detalhes específicos dos projetos apenas quando todos os segredos comerciais estiverem protegidos.
Hidrogênio verde
O Hy2Move é o quarto IPCEI relacionado ao hidrogênio verde aprovado, após projetos focados em desenvolvimento tecnológico, novas aplicações e infraestrutura, elevando o total de subsídios estatais aprovados para 18,9 bilhões de euros.
Margrethe Vestager, vice-presidente da Comissão Europeia responsável pela política de concorrência, destacou que o hidrogênio pode ajudar a descarbonizar os transportes, mas que o investimento inicial é arriscado demais para ser assumido por um único estado ou empresa. Ela ressaltou que o investimento previsto do setor privado é baseado em manifestações de interesse concretas e acordos entre os Estados-membros, não apenas em expectativas.
O crescente interesse no hidrogênio como solução para a descarbonização dos transportes e da indústria pesada gerou debates sobre um possível “exagero do hidrogênio”. Funcionários da Comissão têm expressado dúvidas sobre alcançar a meta de produção anual de 10 milhões de toneladas de hidrogênio verde até 2030.
Fonte: Euronews