Clarissa Lima, assessora pedagógica da Amplia, destaca maneiras de abordar o tema e engajar as novas gerações.
Nos últimos anos, testemunhamos uma série de eventos climáticos que nos alertaram sobre a urgência de preservar o meio ambiente.
Um dos mais recentes ocorreu no Rio Grande do Sul, onde uma tragédia causada por grandes enchentes deixou marcas profundas não apenas na paisagem, mas também em nossos corações.
No entanto, além de lamentar as consequências das mudanças climáticas e do aquecimento global, é vital inspirar e motivar as novas gerações, especialmente as crianças, a se tornarem defensoras ativas do planeta.
Preservação
Estamos agora em um momento crucial em que precisamos garantir que as crianças compreendam a importância de proteger e preservar o mundo que habitamos. E isso, segundo Clarissa Lima, assessora pedagógica da plataforma Amplia, representa ir além de simplesmente ensiná-las sobre os problemas ambientais, mas envolve motivá-las a agir e a fazer a diferença.
Neste contexto, a partir da educação ambiental, de forma crítica e que promova conscientização, é possível reportar à comunidade escolar práticas sustentáveis no cotidiano dentro e fora do ambiente escolar.
“Projetos, campanhas, rodas de conversa e trocas de práticas sustentáveis podem ser excelentes caminhos”, afirma.
A importância da educação ambiental
Para Clarissa, a concepção de que o meio ambiente não é um lugar distante ou que está fora da realidade das crianças é fundamental para que compreendam que quando falamos em preservação, estamos falando de vidas. E vidas não são apenas vidas humanas, são todas as vidas” destaca a especialista e doutora em educação.
Segundo ela, a noção de superioridade humana diante da natureza e a falsa ideia de que os recursos naturais são inesgotáveis precisam ser abdicados de forma urgente no contexto escolar. “É necessário e urgente que a comunidade escolar tenha a consciência do que se trata a Educação Ambiental. A Educação Ambiental, por vezes, pode ser confundida ou ainda substituída por sustentabilidade”, destaca.
No livro “Trajetórias e Fundamentos na Educação Ambiental” (Loureiro, 2012) o conceito é defendido pelo autor como “uma práxis educativa e social que visa à construção de valores, conceitos, habilidades e atitudes para compreender a realidade ambiental”. Nesse sentido é necessário pensar em práticas interessantes e relevantes aos alunos, como uma reflexão crítica acerca da realidade ambiental a qual estão inseridos tanto para a preservação quanto para a readequação de uso do ambiente em caráter sustentável.
“Podemos perceber ainda um tabu significativo no que compete a finalidade do livro didático para professores, alunos e familiares. Esses tabus envolvem desde concepções didático-pedagógicas para a utilização do livro até mesmo aspectos financeiros das famílias para o consumo de materiais. Para uma relação mais sustentável, a educação ambiental que vislumbre a consciência de em que medida é relevante o uso de diversos materiais e recursos digitais pode ser o melhor caminho”, comenta Clarissa Lima.
Para finalizar ela destaca que o ambiente escolar, propício para interações, é enriquecedor para que as crianças troquem práticas sustentáveis, compreendendo a relevância do conceito apresentado pelo professor, com o entendimento de que seres humanos e natureza são interligados e que o cuidado com a Terra precisa ser um dever de todas as pessoas.
Por: Clarissa Lima – assessora pedagógica da Amplia