Empresa chinesa investirá R$ 780 Milhões em dois novos parques eólicos no Nordeste

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As obras dos dois parques eólicos estão previstas para começar até janeiro de 2025, com início das operações em 2026, em Touros (RN).

Por: Redação Portal Sustentabilidade

A empresa de energia chinesa Spic anunciou nesta quarta-feira (5) um investimento de R$ 780 milhões para a construção de dois novos parques eólicos no Nordeste do Brasil, ao mesmo tempo em que estreia no segmento de energia solar no país com a inauguração de dois grandes empreendimentos.

Esses eventos representam um avanço significativo na estratégia da companhia de diversificar seu portfólio energético e crescer para se posicionar entre as três maiores geradoras de energia no Brasil, conforme afirmou Adriana Waltrick, CEO da subsidiária brasileira, em entrevista à Reuters.

Mercado livre de energia

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Foto: Reprodução/Pexels

Os novos parques eólicos da Spic, denominados Paraíso Farol e Pedra Amolar, terão uma capacidade instalada combinada de 105,4 megawatts (MW) e comercializarão sua energia no mercado livre. As obras estão previstas para começar até janeiro de 2025, com início das operações no ano seguinte, em Touros (RN).

Em 2022, a Spic adquiriu os projetos de energia solar em desenvolvimento da Recurrent Energy (anteriormente Canadian Solar), que permanece como acionista e operadora dos parques, após vencer uma licitação da Spic para um contrato de “operação e manutenção”.

As usinas solares, Marangatu e Panati, receberam um investimento de R$ 2 bilhões e terão toda sua energia vendida no mercado livre, com cerca de 65% já comercializada em contratos de longo prazo e os 35% restantes em contratos mais curtos.

Adriana Waltrick destacou o compromisso da Spic com o Brasil e as fontes renováveis, afirmando que a empresa almeja estar entre os três maiores players do setor até 2025.

“Não temos uma meta numérica específica, mas estamos trabalhando para isso, focando não apenas no tamanho, mas também em trazer tecnologia e inovação”, disse Waltrick.

Crescimento ao longo prazo

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Foto: Reprodução/Pexels

A State Power Investment Corporation of China possui aproximadamente 3.800 MW de capacidade instalada em ativos operacionais no Brasil, que é considerado um mercado prioritário para a empresa.

Seu portfólio inclui a usina hidrelétrica de São Simão, parques eólicos na Paraíba bem como o complexo termelétrico GNA (Gás Natural Açu), onde detém 33% de participação.

A CEO da Spic Brasil afirmou que a empresa continuará a crescer no país, tanto por meio de projetos “greenfield” (em desenvolvimento e construção) quanto por meio de aquisições de “brownfields” ou seja, já operacionais.

Ela reconheceu que o cenário atual de preços de energia está desfavorável devido ao excesso de oferta, mas enfatizou que a empresa está focada no longo prazo, buscando equilibrar os preços baixos atuais.

A Spic aguarda novidades do governo sobre os leilões previstos para este ano, que deverão contratar reserva de potência para o sistema elétrico e também energia nova. A empresa está preparada para adicionar duas novas turbinas, cada uma com 372 MW, na hidrelétrica de São Simão, e espera as regras para avaliar o projeto.

A Spic não tem preferência por tipos específicos de geração de energia e está interessada em participar de possíveis leilões para novas hidrelétricas, caso o governo brasileiro decida retomar esses empreendimentos.

“Estamos acompanhando as declarações do governo e, se houver leilões hidrelétricos, participaremos ativamente”, afirmou Waltrick.

Geração de energia limpa

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Foto: Reprodução/Pexels

Simultaneamente, a empresa estuda a hibridização de seus parques renováveis, combinando energia solar e eólica para assim, otimizar o uso da infraestrutura de transmissão, além da instalação de baterias e sistemas de armazenamento de energia.

“Em pontos de gargalo, é possível usar baterias, desde que sejam competitivas. Acreditamos que é uma questão de tempo até que elas se tornem competitivas e ganhem escala”, disse a executiva.

Os planos da empresa no Brasil também incluem estudos para produção de hidrogênio verde associado à instalação de eólicas offshore, uma tecnologia que a Spic já domina fora do país. A empresa assinou memorandos de entendimento nos portos de Açu (RJ) e Pecém (CE) para se posicionar nesses setores emergentes.

“Esperamos que o Brasil avance rapidamente com as regras para a eólica offshore, pois essa é a corrida pela transição energética no mundo. Estamos bem posicionados para sermos vencedores como país. Aguardamos as regras para além dos projetos-piloto, visando trabalhar em escala comercial”, concluiu Waltrick.

A diversificação e expansão da Spic no Brasil, especialmente no setor de energia renovável, reafirmam o compromisso da empresa com o desenvolvimento sustentável e a transição energética global, de acordo com a CEO.

Fonte: Folha de São Paulo Reuters

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