O projeto também prevê a criação de espaços de orientação sobre meliponicultura, voltados especialmente para estudantes.
A Câmara Municipal de Vitória aprovou recentemente o projeto de lei que institui o Programa Ilha do Mel, destinado a fomentar a criação de abelhas nativas sem ferrão, típicas da capital do Espírito Santo.
O texto segue agora para sanção do executivo. Com a nova legislação, criadouros de abelhas poderão ser estabelecidos em residências, empresas, escolas, hortas comunitárias e outros espaços públicos, como parques e praças, mediante autorização municipal ou termo de cooperação.
De acordo com o autor do projeto, está previsto o plantio de 200 mil árvores. O projeto também prevê a criação de espaços de orientação sobre meliponicultura, voltados especialmente para estudantes.
Na manhã do último domingo (9), foi inaugurado no Parque Urbano Barão de Monjardim, no bairro Santa Cecília, o primeiro Centro Municipal de Meliponicultura, parte do Projeto Ilha do Mel, que promove a criação racional de abelhas sem ferrão.
Mel diferenciado
Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), as abelhas nativas são ideais para pequenos agricultores, pois não representam perigo, não exigem grande força física nem dedicação excessiva no manejo, além de apresentarem custos relativamente baixos.
Das 243 espécies de abelhas sem ferrão registradas no Brasil, 42 ocorrem no Espírito Santo. Segundo a Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca do estado, algumas dessas espécies estão em risco de extinção, como a uruçu capixaba, a uruçu boi, a uruçu do chão e a cupira sooretame.
O meliponicultor desempenha um papel crucial na preservação dessas abelhas, que são fundamentais para a polinização de várias espécies vegetais.
As abelhas sem ferrão produzem um mel orgânico, com sabor e aroma únicos, diferente daquele produzido por abelhas com ferrão. Esse mel pode alcançar um preço até quatro vezes superior ao do mel de abelhas africanas.
Capacitação
Segundo o secretário municipal de Meio Ambiente, Tarcísio Föeger, a capacitação da população para o manejo das abelhas sem ferrão visa a produção de mel e outros subprodutos valorizados no mercado, especialmente na gastronomia. Isso oferece oportunidades de geração de renda para muitas famílias.
“No segmento apícola brasileiro, especialmente na meliponicultura, é possível gerar produtos e riquezas, além de promover a biodiversidade através da polinização, aumentando a disponibilidade de frutos e sementes e mantendo ecossistemas”, destacou Föeger.
Ele também enfatizou que a meliponicultura é acessível para todas as idades, desde crianças até idosos.
Camila, associada da AME-ES, reforçou o compromisso da associação com a conservação das abelhas nativas e a educação ambiental. “Nosso plano de ação está em desenvolvimento e esperamos alcançar nossos objetivos com o primeiro Centro Capixaba de Meliponicultura”, disse.
Novo Parque Kids
O Parque Urbano Barão de Monjardim também ganhou um novo Parque Kids, com brinquedos modernos e seguros. O espaço visa proporcionar maior integração entre as famílias e criar memórias para as crianças.
“É uma alegria instalar mais um Parque Kids em uma área tão importante da capital. Promovemos encontros que duram a vida toda”, concluiu Pazolini.
Vitória continua a inovar e investir em projetos que promovem a sustentabilidade, a educação ambiental e a qualidade de vida dos seus moradores.
Com o Programa Ilha do Mel, a capital do Espírito Santo dá mais um passo importante na preservação de sua biodiversidade e no apoio às comunidades locais, segundo o autor do projeto.
Fonte: PMV