Outras iniciativas do Banco Mundial neste formato incluem um título de US$ 100 milhões para projetos de redução de plástico em Gana e Indonésia.
Na última quinta-feira (13), o Banco Mundial revelou seus planos de lançar um novo título que visa arrecadar cerca de US$ 200 milhões para apoiar esforços de reflorestamento na Amazônia. O HSBC foi escolhido para estruturar essa transação financeira.
O título fornecerá recursos para iniciativas de reflorestamento selecionadas pela startup brasileira Mombak, que adquire terras degradadas de agricultores e pecuaristas, ou colabora com eles para replantar espécies nativas na maior floresta tropical do mundo.
A Mombak opera um modelo de negócios que gera créditos de remoção de CO2, os quais podem ser comercializados nos mercados de carbono.
Créditos de carbono
Segundo o Banco Mundial, parte do retorno esperado dos títulos estará atrelada ao valor dos créditos de carbono gerados pelos projetos.
“Esta transação é uma continuação do mercado que estamos desenvolvendo”, afirmou Jorge Familiar, vice-presidente do Banco Mundial, à Reuters, referindo-se ao modelo de “obrigações de resultado” que a instituição introduziu no início desta década.
Essas obrigações permitem que investidores apoiem projetos sustentáveis específicos e seus resultados. Elas atraem capital privado e transferem o risco de desempenho dos projetos para os investidores, que são recompensados caso as atividades sejam bem-sucedidas.
Outras iniciativas do Banco Mundial neste formato incluem um título de US$ 100 milhões para projetos de redução de plástico em Gana e Indonésia e outro de US$ 150 milhões para apoiar a preservação da população ameaçada de rinocerontes negros na África do Sul.
Compensação de emissões
A Mombak, apoiada por investidores como Bain Capital e AXA, e que já vendeu créditos de carbono para empresas como McLaren e Microsoft, vê a emissão do Banco Mundial como um potencial divisor de águas para a emergente indústria de remoção de carbono no Brasil.
Peter Fernandez, cofundador da Mombak, destacou as dificuldades que o setor enfrenta em obter financiamentos devido aos altos custos iniciais e operacionais.
“É necessário muito dinheiro para fazer o reflorestamento; e por ser uma atividade tão nova, o custo do capital é bastante elevado”, explicou Fernandez, acrescentando que a nova emissão pode abrir mercados de dívida para outros interessados no setor.
Fonte: Forbes