A ferramenta de simulação de rotas tecnológicas permite uma análise automatizada e personalizada para o tratamento de resíduos sólidos urbanos (RSU).
O projeto GEF Biogás Brasil apresentou uma nova ferramenta digital de simulação para o tratamento de resíduos sólidos urbanos durante um evento promovido pela Associação dos Municípios da Região da Grande Florianópolis (Granfpolis), em colaboração com o Consórcio Multifinalitário (CIM-Granfpolis).
Essa ferramenta, destinada a ser utilizada por prefeituras de todo o Brasil, foi empregada para definir cinco rotas otimizadas para o tratamento dos resíduos urbanos gerados por 22 municípios da Região Metropolitana de Florianópolis.
Em parceria com a Associação dos Municípios da Região da Grande Florianópolis (Granfpolis) e o Consórcio Intermunicipal, o projeto GEF Biogás Brasil avaliou cinco rotas tecnológicas otimizadas para o tratamento dos resíduos sólidos urbanos (RSU) gerados na Grande Florianópolis.
A análise foi realizada através de uma ferramenta digital inovadora desenvolvida e lançada por meio dessa parceria. O processamento dos dados da região resultou em rotas tecnológicas e recomendações especializadas para que todos os municípios do Consórcio Intermunicipal contem com informações qualificadas e atualizadas para a implementação de uma gestão de RSU mais sustentável e eficiente.
Entre as milhares de estimativas possíveis para os 22 municípios do Consórcio, a equipe técnica do projeto destacou as três melhores combinações indicadas pela ferramenta. Dessas combinações, foram agregados arranjos centralizados e descentralizados para o transporte e tratamento dos resíduos da região.
Parcerias e Execução

O projeto GEF Biogás Brasil é uma iniciativa liderada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), implementada pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) e financiada pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF). O CIBiogás é o principal responsável pela execução do projeto.
Lançada no final de junho, a ferramenta de simulação de rotas tecnológicas permite uma análise automatizada e personalizada para o tratamento de resíduos sólidos urbanos (RSU).
Ela é capaz de calcular milhões de combinações possíveis entre arranjos municipais e rotas tecnológicas, avaliando os impactos financeiros, sociais e ambientais.
A ferramenta digital calcula o tratamento de resíduos de forma automática e personalizada, indicando os melhores arranjos de municípios e o impacto da implementação de cinco tecnologias diferentes de tratamento em dois cenários distintos.
Ela pode gerar dezenas de milhões de cálculos em minutos, indicando as melhores combinações e caminhos para o tratamento de resíduos de forma regionalizada.
Rotas Tecnológicas e Impactos

A ferramenta foi utilizada para definir cinco rotas tecnológicas possíveis, três arranjos eficientes de municípios e dois cenários finais recomendados, com base em dados coletados em junho de 2024.
Os benefícios incluem a geração de novos empregos, redução de emissões de gases de efeito estufa e uma gestão mais eficiente dos RSU, estendendo a vida útil do aterro sanitário de Biguaçu (SC).
A simulação faz parte dos esforços da Granfpolis para revisar a gestão de resíduos nos municípios associados, incentivando a adoção de práticas de economia circular e alinhadas com o Plano Nacional de Resíduos Sólidos (Planares).
Os resultados e as possibilidades de gestão de resíduos foram apresentados em eventos organizados pela Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC) e pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Representantes do projeto GEF Biogás Brasil e da Granfpolis participaram desses eventos, compartilhando insights sobre as novas rotas tecnológicas.
Investimentos Necessários

Para a implementação das rotas tecnológicas, a ferramenta estimou investimentos variando entre R$ 770 milhões e R$ 2,4 bilhões. Esses valores são comparáveis às despesas atuais dos 22 municípios da Grande Florianópolis, que somam cerca de R$ 250 milhões anuais para coleta, transporte e disposição em aterro sanitário.
As novas rotas tecnológicas têm o potencial de zerar as emissões de gases de efeito estufa e gerar mais de mil empregos diretos e indiretos. Além disso, é possível desviar de 60 a 82% dos resíduos atualmente enviados ao aterro de Biguaçu, prolongando sua vida útil em até quatro vezes.
O evento presencial complementou workshops online, onde a metodologia da ferramenta foi explicada.
O especialista em Gestão de RSU da UNIDO, Alaim Silva de Paula, destacou a importância do engajamento dos consorciados e técnicos municipais para a implementação de uma nova gestão de resíduos no Brasil.
Para mais detalhes sobre as rotas tecnológicas recomendadas e para baixar a ferramenta digital, visite o site do projeto GEF Biogás Brasil: GEF Biogás.
Fonte: ONU News GEF Biogás