Projeto coordenado pelo Instituto APRENDER Ecologia tem como objetivo evitar que plásticos e outros tipos de resíduos lançados no rio cheguem até a lagoa e o mar.
Os números e imagens são de assustar. Instalada há cerca de três meses, uma Ecobarreira já retirou mais de 400 quilos de lixo do Rio das Moças, no município de Saquarema, litoral do Rio de Janeiro. Vinte tipos diferentes de materiais como plásticos, isopor, pedaços de tecidos, televisão, cadeiras, balões e bonecas, dentre outros resíduos, foram interceptados e retirados do meio ambiente.
A ação, coordenada pelo Instituto APRENDER Ecologia, em parceria com a ONG Mar Sem Lixo, a Ecolocal Brasil e a Prefeitura de Saquarema, foi viabilizada por meio da WSL One Ocean, um projeto que envolveu 12 instituições, em uma rede de cooperação para promover a conscientização da sociedade sobre o lixo que polui e mata a vida nas nossas águas.
A ecobarreira

A Ecobarreira é uma estrutura simples feita de galões que flutuam na superfície do rio e barram a descida para a lagoa dos resíduos. Estes resíduos são coletados periodicamente, conforme o volume acumulado. Na sequência, todos os itens passam por uma triagem e o que é possível ser reciclado é entregue para catadores locais.
O restante (grande parte) é separado para a coleta municipal de resíduos sólidos. Ao longo do período, cinco eventos de sensibilização foram realizados, incluindo a transformação do lixo retirado da praia em 50 quilhas para pranchas de surfe.
As quilhas foram entregues à Associação de Surf de Saquarema, parceira do projeto, para ser distribuída em premiações.
A estrutura da Ecobarreira foi construída pelo ativista Diego Saldanha, que tem instalado diversos tipos deste equipamento em um rio que passa pela cidade de Curitiba, no Paraná.
Mata Atlântica

A cidade de Saquarema faz parte do Bioma da Mata Atlântica e abriga um conjunto incrível de ecossistemas, como manguezais, lagoas, dunas, restinga e florestas, que se conectam através dos cursos d’água.
Apenas 12% do bioma ainda resiste, embora mais de 70% da população brasileira viva dentro de sua área e precise de seus serviços ecossistêmicos, como abastecimento de água, regulação do clima e lazer.
Na sequência do projeto, a ideia é continuar na busca de apoio para a manutenção da ecobarreira e a perpetuação do legado que este projeto está deixando para a comunidade do entorno do Rio das Moças e de Saquarema.
“Ações como a Ecobarreira não apenas coletam resíduo, mas dão visibilidade para as nossas águas, levando consciência para a população do seu entorno sobre como hábitos cotidianos simples podem ser mudados para a melhoria da saúde do planeta e, consequentemente, para o bem-estar das pessoas”, comentou Fernanda Muller, Diretora do Instituto APRENDER Ecologia.