Brasil e Colômbia podem liderar energia eólica offshore na América Latina, aponta relatório do GWEC

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A energia eólica offshore está posicionada para desempenhar um papel crucial na transição global para energias renováveis.

Por: Redação Portal Sustentabilidade

A energia eólica offshore está se tornando um pilar fundamental para o futuro da energia limpa, especialmente para a indústria pesada em diversas regiões do mundo.

É o que revela o mais recente relatório do Conselho Global de Energia Eólica (GWEC), que destaca o Brasil e a Colômbia como líderes emergentes nesse setor na América Latina, e pode ser conferido neste link.

O relatório de 153 páginas coloca Brasil e Colômbia como os únicos países latino-americanos em destaque, evidenciando o imenso potencial do Brasil com 700 GW de capacidade eólica offshore.

Potencial e obstáculos no Brasil

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Foto: Reprodução/Pexels

Segundo o documento, os estados das regiões Nordeste, Sudeste e Sul são particularmente favoráveis devido aos fatores de alta capacidade superiores a 52% em áreas costeiras. Além disso, o Brasil possui vários portos estratégicos que, após algumas adaptações, poderiam ser ideais para a implementação de energia eólica offshore.

Entretanto, o relatório também ressalta os desafios enfrentados pelo Brasil, como a necessidade de regulamentação clara e superação de obstáculos políticos que têm retardado projetos de energia eólica offshore.

O Marco Legal para as Eólicas Offshore, em tramitação no Congresso desde 2022, tem sido alvo de emendas que buscam favorecer as energias fósseis, potencialmente prejudicando o desenvolvimento das renováveis.

O GWEC adverte que, da forma como está, a lei pode desvirtuar ainda mais o setor elétrico com novos subsídios para energias não renováveis, ao invés de promover a energia limpa e acessível proveniente dos ventos marítimos.

Além disso, o relatório sublinha a importância de fortalecer as linhas de transmissão no Brasil e ampliar as opções de financiamento para projetos de energia eólica offshore. Indústrias, que representam 20% do PIB brasileiro e consomem uma grande parcela da eletricidade, são peças-chave na transição para energias renováveis.

Empresas como Vale e ArcelorMittal já estão estabelecendo metas ambiciosas para atingir zero emissões líquidas e utilizar 100% de eletricidade renovável até 2050, investindo significativamente em energia eólica, solar e hidrelétrica.

Desafios na Colômbia

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Bogotá – Colômbia Foto: Reprodução/Pexels

No caso da Colômbia, o GWEC aponta a energia eólica offshore como crucial para aumentar a resiliência energética do país, reduzindo a dependência da energia hidrelétrica, que tem sido cada vez mais afetada por mudanças climáticas e secas provocadas pelo El Niño.

O país possui um potencial de 50 GW de capacidade eólica offshore, mas necessita de um quadro político que inclua a participação de agências marítimas, de energia e de petróleo e gás, além de investir em infraestrutura portuária especializada.

O estudo do GWEC projeta que os primeiros projetos de energia eólica offshore na América Latina deverão entrar em operação no início da próxima década, com um pipeline de mais de 180 GW no Brasil e progressos significativos na Colômbia.

“Com um pipeline de projetos de mais de 180 GW no Brasil e algum progresso feito na Colômbia, o primeiro projeto de energia eólica offshore em escala de utilidade provavelmente entrará em operação na América Latina no início dos anos 2030”, aponta o relatório.

Globalmente, o GWEC prevê um crescimento substancial da energia eólica offshore, com a capacidade instalada aumentando em 10,8 GW em 2023, elevando o total global para 75,2 GW.

O relatório espera que esta taxa de crescimento continue até 2030, impulsionada por apoio político consistente. Nos próximos dez anos, a previsão é de 410 GW de nova capacidade eólica offshore, alinhando-se com as metas globais de 380 GW até 2030.

Crescimento da fonte de energia

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Foto: Reprodução/Pexels

Além do Brasil e da Colômbia, a próxima onda de mercados eólicos offshore deve incluir expansão significativa na Austrália, Japão, Coreia do Sul, Filipinas, Vietnã, Irlanda e Polônia. Estes países estão sendo destacados pelo GWEC devido ao desenvolvimento político e à cooperação entre governos, indústria e sociedade civil, estabelecendo condições favoráveis para o crescimento da energia eólica offshore.

“O progresso nas políticas – especialmente na região da Ásia-Pacífico e nas Américas – nos colocou no caminho para regularmente instalar capacidades recordes todos os anos, e ultrapassar a meta de 380 GW estabelecida pela Global Offshore Wind Alliance”, comemora Ben Backwell, CEO do GWEC. “Isso significa que a energia eólica offshore está a caminho de alcançar a ambição de triplicação estabelecida na COP28 em Dubai.”

A energia eólica offshore, uma vez dominada pela Europa, China e Estados Unidos, agora está se expandindo globalmente. No último ano, o GWEC observou avanços rápidos em novos mercados, com compromissos governamentais para o crescimento sustentável, aumento da demanda do consumidor e descarbonização industrial.

“Esta nova onda de mercados de energia eólica offshore está prestando atenção e fazendo progressos próprios, em alguns casos superando o rótulo de ’emergentes’ graças à forte colaboração entre a indústria e os formuladores de políticas”, avalia Rebecca Williams, estrategista-chefe do setor de eólica offshore do GWEC.

Com o apoio político e a colaboração crescente entre indústria e governos, a energia eólica offshore está posicionada para desempenhar um papel crucial na transição global para energias renováveis, destacando Brasil e Colômbia como líderes emergentes na América Latina.

Fonte: GWEC

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