A produção desses elementos exige uma complexa combinação de prótons e nêutrons.
Por: Redação Portal Sustentabilidade
Durante a conferência “Nuclear Structure 2024”, realizada nos Estados Unidos, uma equipe de cientistas do Laboratório Lawrence Berkeley fez um anúncio significativo: conseguiram produzir com sucesso o Livermório (Lv), elemento de número 116 da tabela periódica. A conquista representa um avanço notável na pesquisa sobre elementos superpesados.
De acordo com os especialistas, o sucesso foi alcançado através de uma técnica inovadora que utilizou um feixe de titânio.
Essa técnica não apenas permitiu a produção do Lv, mas também abre novas possibilidades para o desenvolvimento de novos elementos químicos, incluindo o Oganessônio (Og), elemento 120, que pode se tornar o novo elemento mais pesado conhecido.
Ciência Nuclear
![elemento](https://portalsustentabilidade.com/wp-content/uploads/2024/07/1440x900px-periodic-table-120.jpg)
A operação para formar dois átomos de Livermório levou cerca de 22 dias e foi realizada no acelerador de íons pesados Ciclotron. Em um comunicado à imprensa, Jacklyn Gates, líder do projeto, destacou: “Essa reação nunca havia sido demonstrada antes. Provar que isso era possível era essencial antes de embarcarmos em nossa tentativa de fazer o elemento 120.”
O Laboratório Lawrence Berkeley possui um histórico renomado em Ciência Nuclear, com a descoberta de 16 elementos da tabela periódica atual.
Apesar desse histórico, a formação de um átomo do elemento 120 representa um desafio significativo. Reiner Kruecken, diretor do laboratório, disse: “estimamos que vamos levar cerca de 10 vezes mais tempo para fazer o Og do que precisamos para o Lv. Não será fácil, mas, com a técnica de feixe de titânio, isso agora parece viável.”
Se confirmado, o elemento 120 seria o átomo mais pesado já criado, situando-se na oitava linha da tabela periódica. A descoberta de elementos superpesados até agora geralmente resulta em núcleos que se desintegram quase instantaneamente.
Desafio científico
![elemento](https://portalsustentabilidade.com/wp-content/uploads/2024/07/design-destaque-2024-07-30T213552.333-1024x576.jpg)
No entanto, a combinação exata de prótons e nêutrons pode criar núcleos mais estáveis, oferecendo mais tempo para estudo.
A produção desses elementos exige uma complexa combinação de prótons e nêutrons. Embora a teoria por trás da criação de elementos superpesados seja relativamente simples, a prática é extremamente complexa. Pode ser necessário um grande número de interações antes que dois átomos se fundam com sucesso.
Cientistas devem selecionar isótopos específicos para bombardear com o feixe de partículas, como o califórnio-249, que possui 98 prótons. Para criar o elemento 120, seriam necessários 22 prótons adicionais, um desafio que exige o uso de feixes de titânio-50 em vez dos tradicionais feixes de cálcio-48.
Essa nova abordagem com feixes de titânio representa uma potencial revolução na criação de elementos superpesados, e os próximos passos prometem avançar ainda mais nas fronteiras da física nuclear.
Fonte: Galileu