Empresas de tecnologia apostam em energia geotérmica para abastecer data centers nos EUA

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A energia geotérmica surge como uma solução promissora, oferecendo eletricidade sem interrupções.

As gigantes da tecnologia nos Estados Unidos estão enfrentando um desafio crescente: encontrar energia limpa e suficiente para alimentar a vasta rede de data centers que pretendem construir.

Para atender a essa demanda e cumprir suas metas de sustentabilidade, algumas empresas estão apostando em uma inovação promissora: a energia geotérmica, que aproveita o calor profundo abaixo da superfície da Terra para gerar eletricidade sem emissões de gases de efeito estufa.

Energia geotérmica

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Foto: Reprodução/Pexels

Na última segunda-feira (26), a Meta, empresa controladora do Facebook, anunciou um acordo com a startup Sage Geosystems para desenvolver até 150 megawatts (MW) de energia geotérmica avançada.

Este projeto ajudará a alimentar a crescente rede de data centers da Meta, fornecendo eletricidade suficiente para abastecer cerca de 70 mil residências.

A técnica utilizada pela Sage envolve a criação de fraturas a milhares de quilômetros abaixo da superfície terrestre, onde a água será aquecida pelo calor subterrâneo e usada para gerar eletricidade. Diferente do fraturamento hidráulico tradicional, que visa extrair petróleo e gás, a Sage está em busca de “calor limpo”.

Cindy Taff, ex-executiva da Shell e atual CEO da Sage, explicou: “É basicamente a mesma tecnologia de fraturamento hidráulico, mas estamos atrás de calor limpo em vez de hidrocarbonetos.”

Movimento estratégico

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Foto: Reprodução/Pexels

Esse acordo marca um movimento estratégico das empresas de tecnologia, que buscam alternativas sustentáveis para atender à crescente demanda por eletricidade, especialmente com o aumento do uso de inteligência artificial. Segundo estimativas, os data centers poderão consumir 9% da eletricidade dos EUA até 2030, em comparação com os atuais 4%.

O Google também está investindo na energia geotérmica. A empresa fez parceria com a startup Fervo Energy para construir uma planta piloto de 5 MW em Nevada, que já começou a fornecer energia para a rede elétrica.

Além disso, a Fervo está desenvolvendo uma planta de 400 MW em Utah, com previsão de entrar em operação em 2026. Essa usina fornecerá eletricidade para concessionárias no sul da Califórnia.

As empresas de tecnologia enfrentam uma necessidade urgente de garantir um fornecimento de energia confiável e sustentável, já que prometeram reduzir suas emissões de gases de efeito estufa e estão sob pressão para não depender de combustíveis fósseis.

A energia geotérmica surge como uma solução promissora, oferecendo eletricidade sem interrupções, algo que fontes como energia eólica e solar, sozinhas, não conseguem proporcionar.

Potencial de crescimento

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Foto: Reprodução/Pexels

Michelle Solomon, analista sênior de políticas da Energy Innovation, destacou a importância dessa tecnologia: “Vamos precisar de todas as opções no arsenal. No curto prazo, a energia geotérmica aprimorada pode desempenhar um papel relativamente pequeno, mas estou muito otimista sobre o caminho que esta tecnologia pode tomar.”

Embora a energia geotérmica exista há décadas, sua aplicação tradicional estava limitada a áreas com reservatórios de água quente subterrânea próximos da superfície, como partes da Califórnia e Islândia.

No entanto, a exploração de calor em camadas mais profundas da Terra, utilizando novas tecnologias, pode expandir significativamente a capacidade geotérmica. Segundo o Departamento de Energia dos EUA, essa fonte poderia fornecer até 90 mil MW de capacidade elétrica no país até 2050, um aumento de 20 vezes em relação à capacidade atual.

“Já estamos muito à frente de onde as pessoas esperavam que estivéssemos, e esperamos reduzir mais os custos no futuro,” afirmou Tim Latimer, CEO da Fervo.

Com os custos de perfuração em queda e o aumento da experiência das startups, a energia geotérmica está se tornando uma solução viável e essencial para o futuro energético das empresas de tecnologia, permitindo que avancem em sua missão de construir um futuro mais sustentável, segundo especialistas.

Fonte: Folha de São Paulo

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