Com mais de 32 GW de potência instalada no Brasil, a geração distribuída aparece cada vez mais como resposta para consumidores que querem economizar na conta de luz.
Em setembro, os consumidores brasileiros vão enfrentar um aumento na tarifa de energia elétrica devido à ativação da bandeira vermelha patamar 1, resultando em um acréscimo de aproximadamente R$ 4,46 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. Esse ajuste reflete o maior uso de usinas termelétricas, que possuem custos operacionais elevados e são mais poluentes.
A escassez de chuvas, especialmente nas regiões que abastecem as hidrelétricas, é o principal fator por trás desse aumento. Com a baixa geração hídrica, o acionamento das termelétricas se torna necessário, o que eleva os custos e intensifica as emissões de gases poluentes.
Um dos caminhos mais promissores para resolver esse problema é o investimento em geração distribuída com energia solar, fonte renovável que pode ajudar a reduzir a dependência de combustíveis fósseis. O Brasil, com sua abundante radiação solar e ventos favoráveis, tem um enorme potencial para expandir essas tecnologias e tornar a matriz energética mais limpa e eficiente.
Geração distribuída
Além das grandes usinas de energia renovável, a geração distribuída (GD) surge como uma solução estratégica.
A GD permite que consumidores, como residências, empresas e pequenas indústrias, gerem sua própria energia por meio de painéis solares instalados em telhados, fachadas e áreas disponíveis. Isso reduz a demanda do sistema elétrico nacional, aliviando o uso de termoelétricas.
A geração distribuída está presente em mais de 5.500 municípios brasileiros, garantindo que a energia seja consumida no próprio local em que é produzida.
Essa descentralização da geração poupa o sistema elétrico da necessidade de transportar a energia a longas distâncias, o que reduz investimentos em estruturas de transmissão e distribuição de energia.
Para o presidente da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD), Carlos Evangelista, com a popularização da geração distribuída, é possível estabilizar o custo da energia e mitigar os impactos das variações climáticas na produção de eletricidade.
“Além de aumentar a geração de energia por fontes renováveis em larga escala, é fundamental incentivar políticas que ampliem o acesso à geração distribuída”, afirma Evangelista. “Medidas que facilitem a conexão à rede elétrica e mecanismos de financiamento acessíveis para quem deseja investir em sistemas próprios de geração de energia são essenciais para que a modalidade continue crescendo cada vez mais”, completa.
Por: Carlos Evangelista – Presidente da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD)