Segundo consultoria, nova geração solar atenderá 55% do aumento da demanda elétrica entre outubro e março.
O crescimento acelerado da capacidade de geração solar na Europa está mudando significativamente o cenário energético do continente.
Durante o outono e o inverno no hemisfério norte, a tecnologia solar será capaz de suprir grande parte da crescente demanda por eletricidade, mesmo nos meses tradicionalmente mais frios e com maior consumo de energia.
De acordo com a consultoria ICIS, o consumo de energia entre outubro e março deve aumentar 2,2%, ou 36 terawatts-hora, em relação ao mesmo período do ano anterior.
Impressionantemente, até 20 terawatts-hora desse aumento, ou 55% do total, serão supridos pela nova geração de energia solar. Este avanço destaca o papel crucial da energia renovável na matriz energética europeia, com a Alemanha liderando esse movimento.
Matriz energética
A expansão da energia solar está reestruturando o mix energético da Europa, principalmente em razão do custo mais baixo da tecnologia em comparação com a produção nuclear e de combustíveis fósseis.
Além disso, um ambiente regulatório favorável tem impulsionado as instalações solares em grande escala, enquanto muitas usinas movidas a carvão estão sendo desativadas, consolidando ainda mais a transição para fontes limpas.
Segundo Matthew Jones, chefe de análise de energia da ICIS, “o mercado energético europeu está numa posição bastante confortável do ponto de vista da oferta e da procura no período de inverno”. O aumento significativo da capacidade solar, combinado com o crescimento relativamente menor da demanda, posiciona a Europa de maneira sólida para enfrentar o pico de consumo durante o inverno.
Além disso, a análise da consultoria ICIS ressalta que o impacto de diferentes cenários climáticos também precisa ser considerado.
Aumento na conta
Um inverno mais rigoroso do que o esperado pode resultar em um aumento de 14% nos preços da energia na Alemanha, enquanto um inverno mais ameno poderia reduzir os preços em até 13%.
Apesar das flutuações climáticas, o mercado já começa a refletir a nova realidade energética.
O contrato de energia alemão para um ano de antecedência caiu 0,361%, fechando a 85,50 euros (R$ 516,50) por megawatt-hora, segundo dados da European Energy Exchange AG.
Já o contrato equivalente na França registrou um leve aumento de 0,0141%, atingindo 70,90 euros (R$ 428,30) por megawatt-hora.
Com o crescimento da capacidade solar ultrapassando o ritmo do aumento no consumo, a Europa parece estar bem posicionada para enfrentar os desafios energéticos do inverno, impulsionada pelo avanço das energias renováveis.
Fonte: Folha de SP