Novo documento visa capacitar profissionais para lidar com os impactos das mudanças climáticas na saúde pública e garantir atendimento eficaz à população vulnerável.
Por: Redação Portal Sustentabilidade
O Ministério da Saúde lançou em 2024 o Guia de Bolso sobre Mudanças Climáticas para Profissionais da Saúde, um documento técnico que visa capacitar os profissionais de saúde a enfrentarem os impactos das mudanças climáticas na saúde pública.
De acordo com o guia, esse material oferece informações práticas e baseadas em evidências sobre o diagnóstico e tratamento de doenças diretamente associadas a eventos climáticos extremos, como por exemplo ondas de calor, secas e inundações.
Impactos das mudanças climáticas na saúde

Segundo o guia, fenômenos climáticos extremos têm sido identificados como fatores que aumentam a incidência de diversas condições de saúde.
O documento destaca que ondas de calor, por exemplo, estão diretamente ligadas ao aumento de doenças cardiovasculares, como taquicardia, hipertensão e arritmias.
Além disso, as mudanças climáticas também afetam doenças respiratórias, exacerbando quadros de asma e hiper-reatividade brônquica. A poluição do ar e o aumento da concentração de alérgenos devido ao calor e à umidade são citados como fatores que contribuem para essas agravações.
De acordo com o Ministério da Saúde, as mudanças climáticas têm implicações significativas sobre a saúde renal e neurológica.
A exposição a temperaturas extremas pode resultar em desidratação grave, levando a problemas como insuficiência renal e colapso pelo calor.
Segundo o guia, essa situação é especialmente crítica para grupos vulneráveis, como idosos e pessoas com doenças crônicas, que enfrentam maior risco de complicações.
SUS e aumento da demanda por atendimento

Segundo o documento, os profissionais de saúde também devem estar preparados para responder a emergências climáticas.
O Ministério da Saúde alerta que as mudanças climáticas sobrecarregam o Sistema Único de Saúde (SUS), que precisa estar capacitado para atender ao aumento da demanda por atendimentos emergenciais.
O guia sugere que as unidades de saúde garantam uma infraestrutura adequada para atender pacientes durante períodos de calor intenso, secas e inundações, além de estarem preparadas para a continuidade dos serviços em situações de crise.
Além disso, conforme enfatizado no material, é fundamental que os profissionais de saúde adotem medidas preventivas para mitigar os efeitos adversos das mudanças climáticas.
Os profissionais são incentivados a monitorar sinais precoces de doenças relacionadas ao clima e a fornecer orientações para minimizar riscos, como garantir hidratação adequada, proteger a pele da exposição solar, evitar a exposição a ambientes altamente poluídos e fornecer informações sobre a importância de manter ambientes bem ventilados durante eventos de calor extremo.
Ferramenta importante para o Sistema de Saúde

Outro aspecto importante abordado pelo guia é a necessidade de formação contínua dos profissionais de saúde. Segundo o Ministério da Saúde, as mudanças climáticas representam uma questão complexa que exige conhecimento especializado e flexibilidade por parte dos profissionais.
O documento sugere a inclusão de temas relacionados ao clima na educação médica continuada e o desenvolvimento de protocolos voltados para o tratamento de doenças sensíveis ao clima. Com isso, espera-se que os profissionais possam atuar de forma proativa na identificação e no manejo das condições de saúde provocadas pelas mudanças climáticas.
Por fim, de acordo com o Guia de Bolso sobre Mudanças Climáticas para Profissionais da Saúde, o documento é uma ferramenta essencial para preparar o sistema de saúde brasileiro para os desafios impostos pelas alterações climáticas.
Com uma abordagem prática e embasada em evidências, o guia visa capacitar os profissionais a identificar, tratar e prevenir doenças relacionadas ao clima, ao mesmo tempo que fortalece a capacidade do SUS de responder eficazmente a emergências climáticas.
O guia está disponível para consulta online neste link e deve ser amplamente utilizado por médicos, enfermeiros e outros profissionais da área da saúde em todo o Brasil.
Fonte: Ministério da Saúde