Regulamentação do mercado de carbono brasileiro deve destravar potencial do setor 

crédito de carbono

Especialista destaca que aprovação de sistema brasileiro de mercado de créditos de carbono vai atrair investidores externos.

A regulamentação do mercado de crédito de carbono no Brasil está em vias de avançar com o Projeto de Lei (PL) 2.148/15, que visa estabelecer o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE).

Com a aprovação dessa lei, o Brasil se alinha a uma tendência global, criando um sistema de tetos de emissões e regras para a negociação de créditos de carbono, o que promete dar ao mercado uma estrutura mais sólida e confiável.

Esse movimento também coloca o país em destaque no cenário internacional, sendo visto como um importante passo para alavancar a economia verde no Brasil.

Crescimento do PIB

crédito de carbono
Foto: Reprodução/Pexels

Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a regulamentação do mercado de carbono poderia gerar um acréscimo de até 5% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, equivalente a cerca de US$ 120 bilhões.

“O mercado de crédito de carbono precisa atrair investidores, nosso potencial é gigantesco, mas pouco aproveitado. Com esse mercado regulamentado, vamos ter mais transparência e segurança na geração de créditos”, afirma Francisco Higuchi, doutor em Ecologia e Manejo de Florestas Tropicais e CEO da Tero Carbon, a primeira certificadora digital de ativos ambientais brasileira de origem amazônica.

Atualmente, o Brasil opera com um mercado voluntário de carbono, onde empresas podem compensar suas emissões adquirindo créditos de atividades sustentáveis, como projetos de reflorestamento. Já o mercado regulado, que seria implementado com a aprovação do PL, funcionará sob o modelo de cap and trade, que impõe limites nacionais de emissão de carbono. Nesse sistema, as empresas terão que comprar créditos para emitir além dos tetos determinados, incentivando, assim, a redução gradual das emissões e o avanço de processos produtivos mais sustentáveis.

Transparência na geração dos créditos

sustentabilidade
Foto: Reprodução/Pexels

Para Higuchi, a regulamentação trará ganhos significativos de padronização, credibilidade e estabilidade ao mercado brasileiro, que enfrenta desafios de transparência e segurança na geração de créditos. Ele destaca o papel da Tero Carbon como facilitadora de credibilidade e integridade no mercado nacional.

“Nossos ativos são digitalizados, oferecemos transparência, rastreabilidade e segurança contra a dupla contagem, ou seja, temos toda a tecnologia para atender aos padrões internacionais. Com a aprovação da regulamentação, o mercado brasileiro vai também amadurecer e nós estaremos prontos para ampliar nossa atuação,buscando o credenciamento junto aos órgãos reguladores que serão criados”, afirma o CEO da empresa.

Em um momento em que outros países como México, Estados Unidos, Canadá, Japão, Coreia do Sul e União Europeia já operam mercados regulados de carbono, a regulamentação no Brasil é vista como a principal solução para evitar a evasão de investidores para esses mercados externos. “Políticas de mercado regulado, bem estruturadas e sem excessos burocráticos ou financeiros, podem fortalecer a competitividade e a estabilidade do mercado brasileiro de créditos de carbono”, finaliza Higuchi.

Por: Francisco Higuchi, doutor em Ecologia e Manejo de Florestas Tropicais e CEO da Tero Carbon.

** ** Este artigo é de autor independente e o texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Sustentabilidade

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