Verão menos quente e mais instável vai exigir monitoramento de curto prazo

clima

Segundo previsões da Climatempo, ausência de fenômenos climáticos bem definidos, como o El Niño indica menor probabilidade de eventos severos, mas temperatura ficará abaixo do verão passado, com mais variações do clima.

As ondas de calor que impactaram o início da primavera este ano ou que marcaram o verão de 2024 não deverão se repetir no próximo verão, mas as diversas regiões do País viverão dias de maior variação de temperatura e do volume de chuvas.

A previsão é da Climatempo – uma das mais reconhecidas empresa de consultoria meteorológica e previsão do tempo do Brasil e da América Latina, indicando que as empresas e órgãos públicos deverão realizar um acompanhamento meteorológico de mais curto prazo, a fim de planejar melhor suas vendas e atividades.

“O próximo verão não será tão quente como o último, que bateu recordes de calor. Haverá alguns picos de temperaturas altas, mas depois elas diminuirão, com variações mais frequentes. As chuvas também terão maior oscilação e há a expectativa de longos períodos chuvosos ao longo do verão”, afirma Ana Clara Marques, meteorologista da Climatempo.

Fenômenos climáticos

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Foto: Reprodução/Pexels

Ela explica que, sem a ocorrência de fenômenos de grande escala bem marcados, como o La Niña ou o El Niño, o clima tende a ser pautado mais por fenômenos de curto prazo, oscilando entre semanas mais quentes, e outras mais amenas.

Por outro lado, sem a previsão de ondas de calor extremo, podem diminuir os riscos de eventos severos, embora a probabilidade de que ocorram seja maior, devido ao impacto das mudanças climáticas, que podem gerar rapidamente uma conjunção de diversos fatores, como oceano quente e frentes frias.

Ana Clara observa que a Região Sudeste pode esperar um verão mais chuvoso, sem tantos picos de calor, com menos dias totalmente ensolarados, mas ainda que abafados. “A previsão é de temperaturas mais amenas em relação ao último ano, e de menor probabilidade de que haja duas semanas, por exemplo, de temperaturas elevadas. O clima vai oscilar mais, embora, na média, deva manter o comportamento de verão”, avalia.

Essa oscilação exigirá que as empresas de setores cujas vendas de produtos ou serviços são diretamente influenciados pelo clima – como o de confecções, condicionadores de ar, turismo, protetores solar e bebidas, por exemplo – tenham de programar ações de marketing, como promoções, com olhos mais ligados no curto prazo e às variações pontuais, de forma a aproveitar as oportunidades.

Oscilações do tempo

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Foto: Reprodução/Pexels

Na região Sul, sem a formação dos fenômenos intensos do El Níño ou do La Niña, as chuvas tendem a ser mais espaçadas e irregulares entre um evento e outro, embora estejam previstos picos de calor nas capitais da região.

Já a região Norte deve ter um verão marcado por um bom volume de chuvas, ainda que não intensas na primavera, devem aumentar durante o verão. As primeiras chuvas já estão acontecendo na cabeceira dos rios, o que ajudará na navegabilidade dos rios nas próximas semanas – depois da região ter atingido nível recorde abaixo da cota mínima neste ano.

O Nordeste, por sua vez, terá um verão mais seco, com previsão de que haja um atraso nas chuvas geralmente previstas no período entre o verão e o outono. “Vai demorar para as chuvas começarem no Nordeste, mas depois elas serão mais fortes e frequentes”, prevê.

Impacto no agronegócio

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Foto: Reprodução/Pexels

O clima nas regiões produtoras de milho e soja do Centro-Oeste deverá ser mais ameno no próximo verão, embora o início do plantio tenha se caracterizado por uma condição climática irregular, que obrigou alguns produtores a replantar as culturas, principalmente em Goiás e no Mato Grosso.

“Não há previsão de chuvas fortes, mas, por outro lado, deverão ocorrer períodos mais longos de tempo fechado e invernadas, o que pode prejudicar o desenvolvimento das plantas”, alerta a meteorologista da Climatempo.

Por: Ana Clara Marques, meteorologista da Climatempo

** ** Este artigo é de autor independente e o texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Sustentabilidade

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