Universidade dos EUA desenvolve tecnologia que recicla alumínio de resíduos industriais

alumínio

Inovação do MIT promete revolucionar a indústria, capturando alumínio perdido no processo de produção e reduzindo significativamente o impacto ambiental.

Por: Redação Portal Sustentabilidade

Uma inovação tecnológica pode transformar a indústria global de alumínio, trazendo avanços significativos em sustentabilidade e eficiência. Engenheiros do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) desenvolveram um processo de nanofiltração revolucionário que captura e recicla o alumínio presente nos resíduos industriais gerados durante a produção do metal.

Esse processo promete não apenas aumentar o aproveitamento do alumínio, mas também mitigar os impactos ambientais associados ao descarte de resíduos perigosos, oferecendo uma solução viável e prática para um setor em constante expansão.

Segundo metal mais produzido no mundo

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Foto: Reprodução/Pexels

O alumínio, atualmente o segundo metal mais produzido no mundo, é fundamental em uma ampla gama de aplicações, desde embalagens e utensílios domésticos até componentes de veículos e aeronaves. Sua popularidade e versatilidade, no entanto, trazem desafios ambientais significativos, especialmente com a previsão de um aumento de 40% na demanda global até o final da década.

O crescimento da produção pode intensificar a geração de resíduos tóxicos, destacando a necessidade urgente de métodos de produção mais sustentáveis.

A nova tecnologia desenvolvida pelo MIT aborda diretamente essa questão. Utilizando um processo de nanofiltração avançado, os pesquisadores conseguiram recuperar íons de alumínio dos resíduos gerados durante o processo de produção.

Tradicionalmente, uma grande parte do alumínio é perdida no fluxo de efluentes das plantas industriais, mas o novo sistema captura mais de 99% desses íons, permitindo que o material recuperado seja reintegrado ao ciclo de produção.

Essa inovação não apenas melhora a eficiência, mas também contribui para uma economia circular, reduzindo a dependência de novas extrações de minério de bauxita. Além de minimizar o impacto ambiental, o processo de nanofiltração pode oferecer benefícios econômicos significativos ao setor, ao maximizar o uso dos recursos e reduzir os custos associados ao manejo de resíduos.

Importância da tecnologia

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Os pesquisadores demonstraram o desempenho da membrana em experimentos em escala de laboratório, mostrados na foto, usando uma nova membrana para filtrar várias soluções com conteúdo semelhante aos fluxos de resíduos produzidos pelas plantas de alumínio.
Créditos: Foto: Trent Lee

O professor John Lienhard, do Departamento de Engenharia Mecânica do MIT, e diretor do Abdul Latif Jameel Water and Food Systems Lab (J-WAFS), destacaram a importância da nova tecnologia: “Essa membrana não apenas corta drasticamente os resíduos perigosos, mas também cria uma oportunidade para a reciclagem contínua de alumínio, promovendo uma economia circular e sustentável. É uma resposta prática aos desafios ambientais que enfrentamos, enquanto atende à crescente demanda por alumínio.”

A pesquisa, publicada no jornal ACS Sustainable Chemistry and Engineering, foi conduzida por uma equipe de pesquisadores do MIT, incluindo os estudantes de engenharia mecânica Trent Lee e Vinn Nguyen, e o pós-doutor Zi Hao Foo, atualmente na Universidade da Califórnia, em Berkeley.

O estudo demonstra que, se aplicado em escala industrial, o processo pode ter um impacto significativo na redução de resíduos e no aumento da eficiência da produção de alumínio.

A equipe do MIT focou sua pesquisa no potencial pouco explorado de reciclar os resíduos de criolita gerados na produção de alumínio. A criolita, um mineral usado como solvente no processo de eletrólise do alumínio, acumula impurezas ao longo do tempo, tornando-se ineficaz e precisando ser descartada. Esse resíduo, que contém íons de alumínio, é tradicionalmente descartado, mas agora pode ser tratado e reutilizado graças à nova tecnologia.

Desempenho promissor

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Foto: Reprodução/Pexels

Os testes de laboratório mostraram que a membrana de nanofiltração desenvolvida pela equipe é altamente eficiente, capturando 99,5% dos íons de alumínio, mesmo sob condições extremas de acidez.

A aplicação em larga escala desta tecnologia poderia revolucionar a forma como a indústria de alumínio lida com seus resíduos, promovendo uma produção mais limpa e sustentável.

De acordo com os pesquisadores, com essa inovação, o MIT apresenta uma solução que não apenas atende às demandas de eficiência da indústria, mas também contribui significativamente para a sustentabilidade ambiental, alinhando-se com os objetivos globais de redução de resíduos e promoção de uma economia circular.

Fonte: MIT

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