Com capacidade para produzir 160 milhões de litros de etanol sustentável anualmente, o projeto Exygen I promete revolucionar o setor de biocombustíveis e gerar mais de 1.700 empregos diretos e indiretos.
Por: Redação Portal Sustentabilidade
Foi lançada, em 27 de janeiro de 2025, a pedra fundamental do Exygen I, o primeiro complexo de biorrefinarias integradas de biocombustíveis avançados do Brasil, localizado em São Miguel dos Campos, Alagoas.
O projeto conta com um investimento de R$ 1,5 bilhão e tem como objetivo produzir anualmente 160 milhões de litros de etanol neutro em carbono, a partir de 2026.
Além do etanol, o complexo também terá a capacidade de produzir biometano e biofertilizantes, todos com baixo impacto ambiental em relação às emissões de carbono.
Combustíveis sustentáveis

De acordo com as informações divulgadas pelos responsáveis pelo projeto, o Exygen I é resultado de uma parceria entre GranBio, Usina Caeté, Usina Santo Antônio e Impacto Bioenergia, com o apoio do Governo de Alagoas. O projeto faz uso de resíduos de açúcar e vinhaça, um resíduo líquido da destilação do caldo de cana-de-açúcar, para a produção dos biocombustíveis.
Esse processo torna o etanol e o biometano mais sustentáveis, já que não utiliza matérias-primas alimentícias, contribuindo para a redução da pressão sobre a cadeia alimentar e para a promoção de uma economia circular.
O etanol produzido no Exygen I será classificado como “neutro em carbono”, o que significa que a quantidade de dióxido de carbono liberada durante sua produção e utilização será compensada pelas ações de captura e redução de emissões. O biometano, outro produto do complexo, também será utilizado como fonte de energia renovável, substituindo o gás natural e reduzindo a dependência de fontes fósseis.
Combustível sustentável

Além disso, de acordo com os responsáveis pelo projeto, a próxima fase do complexo incluirá a produção de biogás e CO₂ biogênico, com previsão para iniciar a partir de 2026. Em etapas posteriores, o Exygen I pretende desenvolver e-Metanol, um combustível sintético que será utilizado em setores de difícil eletrificação, como o transporte marítimo, oferecendo uma alternativa mais sustentável para essas indústrias.
O projeto tem também um grande impacto na economia local. Durante a fase de operação, a expectativa é de que o complexo gere cerca de 510 empregos diretos e até 1.200 vagas temporárias durante o período de construção.
O Exygen I está localizado na área da Bioflex, a primeira indústria de etanol celulósico no Hemisfério Sul, que também faz parte da GranBio. Para viabilizar o novo projeto, a parceria com a Usina Caeté, Usina Santo Antônio e Impacto Bioenergia será fundamental, já que essas empresas fornecerão o melaço necessário à produção, sem comprometer a produção de etanol em suas próprias instalações.
Os responsáveis pelo Exygen I destacam que este é um passo importante para consolidar o Brasil como líder na produção de biocombustíveis sustentáveis. O projeto visa não apenas a diversificação da matriz energética brasileira, mas também a contribuição para o desenvolvimento de tecnologias que poderão ser usadas globalmente no combate às mudanças climáticas e na transição para uma economia de baixo carbono.
Redução nas emissões

Segundo Bernardo Gradin, CEO da GranBio, o projeto também está em negociações para estabelecer uma nova parceria com uma empresa do setor de energia, embora o nome da companhia ainda não tenha sido divulgado.
Esta possível nova parceria pode expandir ainda mais a capacidade de produção e distribuição de biocombustíveis avançados, ampliando o alcance do Exygen I no mercado nacional e internacional.
Com o Exygen I, o Brasil avança em direção ao cumprimento de suas metas de redução de emissões de gases de efeito estufa, oferecendo uma alternativa viável e sustentável para a produção de combustíveis, além de contribuir para o fortalecimento da indústria local e para a geração de empregos em uma das regiões mais promissoras do país no setor de energia renovável.
Fonte: Gazeta do Alagoas