Nova ABNT NBR 10004:2024 – O que muda na classificação de resíduos sólidos?

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Atualização da norma traz novos critérios de periculosidade e exige adequação das empresas ao padrão internacional.

Por: Redação Portal Sustentabilidade

A nova ABNT NBR 10004:2024, publicada recentemente, traz mudanças significativas na forma como os resíduos sólidos são classificados no Brasil. A norma foi atualizada para tornar a classificação mais objetiva e alinhada ao Globally Harmonized System (GHS). Essa revisão impacta diretamente empresas, órgãos públicos e profissionais da área ambiental, que precisarão ajustar suas práticas para garantir conformidade legal e melhor gestão dos resíduos.

Entre as principais alterações, destacam-se a reformulação da estrutura da norma, a eliminação da subdivisão da Classe II, a adoção de novos critérios de periculosidade e a introdução de um sistema mais detalhado para a categorização dos resíduos.

Principais mudanças da ABNT NBR 10004:2024

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Foto: Reprodução/Pexels

A nova versão da norma passou por uma reformulação significativa para tornar a classificação de resíduos mais objetiva. A estrutura foi reorganizada, novos critérios de periculosidade foram adotados e o processo de classificação foi aprimorado para garantir maior precisão e segurança na identificação dos resíduos.

A norma agora está dividida em duas partes:

  • Parte 1 – Requisitos de Classificação: Define os critérios e metodologias para determinar se um resíduo é perigoso ou não.
  • Parte 2 – Sistema Geral de Classificação de Resíduos (SGCR): Introduz listas e códigos específicos que auxiliam na identificação e rastreamento dos resíduos.

Essa divisão tem como objetivo facilitar a aplicação da norma e melhorar a organização das informações.

Fim da subdivisão da Classe 2

Uma das mudanças mais impactantes foi a eliminação da subdivisão dos resíduos não perigosos. Antes, esses resíduos eram classificados em duas categorias distintas, o que gerava dúvidas e interpretações variadas.

Com a atualização, a classificação foi simplificada, tornando o processo mais claro. Na versão anterior, os resíduos não perigosos eram classificados como:

  • Classe II-A – Não Inertes
  • Classe II-B – Inertes

Agora, os resíduos sólidos são classificados apenas em duas grandes categorias:

  • Classe 1 – Resíduos Perigosos: Apresentam características de periculosidade como inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou presença de substâncias nocivas.
  • Classe 2 – Resíduos Não Perigosos: Englobam todos os resíduos que não apresentam características perigosas.

Na prática, essa mudança exige que empresas e órgãos ambientais revisem seus processos de avaliação de resíduos e, em alguns casos, reclassifiquem materiais que antes eram considerados inertes.

Novos critérios de periculosidade

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Foto: Reprodução/Pexels

A atualização trouxe uma abordagem mais técnica para a definição de resíduos perigosos. Agora, a periculosidade é determinada com base em parâmetros mais rigorosos, seguindo diretrizes do GHS.

Os principais critérios considerados são:

  • Inflamabilidade
  • Corrosividade
  • Reatividade
  • Toxicidade aguda e crônica
  • Presença de poluentes orgânicos persistentes (POPs)

Esses critérios garantem uma classificação mais técnica e precisa. Algumas substâncias antes consideradas não perigosas podem agora ser enquadradas como resíduos perigosos, exigindo um novo tratamento e destinação.

Novo processo de classificação em quatro etapas

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Foto: Reprodução/Pexels

Para garantir maior precisão na identificação dos resíduos, a nova norma estabelece um processo de classificação mais estruturado.

O novo método segue quatro etapas fundamentais:

  • Enquadramento inicial do resíduo com base na Lista Geral de Resíduos (LGR).
  • Avaliação da presença de POPs (Poluentes Orgânicos Persistentes), conforme limites específicos.
  • Análise das propriedades físico-químicas, para verificar características como inflamabilidade e toxicidade.
  • Testes laboratoriais específicos, para determinar a toxicidade e outras propriedades químicas.

Esse novo fluxo melhora a rastreabilidade e padroniza a classificação, tornando o processo mais técnico e seguro.

Por que essa mudança é importante?

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Foto: Reprodução/Pexels

A atualização era necessária para corrigir inconsistências da versão anterior e aprimorar o controle ambiental, reduzindo riscos para a saúde pública e facilitando a destinação correta dos resíduos.

Para as empresas, as mudanças significam a necessidade de adaptação, seja na reavaliação da classificação dos resíduos, na implementação de novos processos internos ou na capacitação de profissionais para lidar com as novas exigências.

Segundo a professora Samara Vital, engenheira ambiental e docente do MBA em Gestão de Resíduos Sólidos, a transição para a nova norma exige atenção e preparo. “Essa mudança traz um avanço significativo, mas também um grande desafio para os profissionais da área. A nova classificação exige uma abordagem mais criteriosa e embasada em testes laboratoriais. Empresas que não se adequarem podem ter dificuldades no licenciamento ambiental e na gestão eficiente dos seus resíduos”, explica.

Capacitação profissional: o diferencial para atender às novas exigências

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Foto: Reprodução/Pexels

Em meio a essas mudanças, a qualificação técnica torna-se essencial para profissionais que atuam na área ambiental.

O MBA em Gestão de Resíduos Sólidos é uma oportunidade para quem deseja se manter atualizado e atender às novas exigências regulatórias. Com uma abordagem focada em legislação, tecnologias de tratamento e economia circular, o curso prepara seus alunos para os desafios e inovações do setor, garantindo diferencial competitivo no mercado.

A formação oferece disciplinas ministradas por professores especialistas, como:

  • Legislação Aplicada à Gestão de Resíduos: Estudo das leis e normas ambientais relevantes para a gestão de resíduos, com foco na aplicação prática e conformidade legal.
  • Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos e Industriais: Análise das práticas e técnicas de gerenciamento de resíduos gerados em áreas urbanas e industriais.
  • Gestão de Resíduos dos Serviços de Saúde: Manejo seguro e eficiente dos resíduos provenientes de estabelecimentos de saúde.
  • Tecnologias de Tratamento de Resíduos: Métodos físicos, químicos e biológicos para minimizar impactos ambientais.

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