Finep investe R$100 milhões em projeto de descarbonização da CSN com hidrogênio verde

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Projeto financiado pela Finep busca substituir combustíveis fósseis por hidrogênio renovável na siderurgia e desenvolver novas tecnologias em parceria com centros de pesquisa.

Por: Redação Portal Sustentabilidade

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) está avançando na implementação de novas tecnologias para reduzir as emissões de carbono em seus processos produtivos. Como parte desse esforço, a empresa recebeu um investimento de R$102,8 milhões da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). O valor será destinado ao projeto “Geração e Aplicação de Hidrogênio Verde”, que busca substituir fontes fósseis por hidrogênio de baixo carbono ou renovável na produção de aço.

O projeto será implementado, principalmente, na unidade de laminação de aço da CSN no Paraná. A escolha dessa unidade se deve à infraestrutura avançada, ao alto custo do gás natural na região e à disponibilidade de energia elétrica a preços competitivos.

O hidrogênio verde será produzido por meio da eletrólise da água, utilizando energia de fontes renováveis, como solar e eólica, e empregado na redução do minério de ferro, substituindo o carbono como agente redutor. Dessa forma, a iniciativa pretende minimizar a emissão de CO₂ no processo siderúrgico.

Desenvolvimento sustentável

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Foto: Reprodução/Pexels

Além dessa ação, a CSN também está implementando a tecnologia UC3 – Ultimate Cell® Continuous Combustion, desenvolvida pela empresa portuguesa UTIS. Essa solução foi recentemente integrada aos regeneradores do Alto-Forno 2 da Usina Presidente Vargas (UPV), em Volta Redonda (RJ), sendo a primeira aplicação desse tipo no setor siderúrgico.

A tecnologia UC3 melhora a eficiência térmica do processo ao injetar hidrogênio renovável na combustão, o que resulta na redução do consumo de combustíveis fósseis. Segundo a CSN, sua aplicação já permitiu um aumento de 7% na temperatura de sopro dos regeneradores, além da diminuição do consumo de coque e da emissão de CO₂.

Paralelamente, a CSN também investiu na startup israelense H2Pro por meio do CSN Ventures, seu braço de corporate venture capital. A H2Pro desenvolveu uma tecnologia de eletrólise que não utiliza membranas, o que, segundo estimativas, pode reduzir em aproximadamente 15% os custos de produção de hidrogênio verde em comparação com os métodos tradicionais.

De acordo com a empresa, essa inovação pode permitir a produção de hidrogênio verde a um custo inferior a US$ 1 por kg, valor significativamente menor do que o praticado atualmente no mercado.

Além disso, a CSN está promovendo parcerias com universidades e centros de pesquisa no Brasil para avançar no desenvolvimento de novas aplicações para o hidrogênio verde na indústria siderúrgica. Em colaboração com o Senai CIMATEC, da Bahia, a empresa está desenvolvendo um forno de recozimento contínuo movido exclusivamente por hidrogênio verde. O objetivo é testar a viabilidade técnica e econômica dessa alternativa para substituir combustíveis fósseis no processo de recozimento de aços laminados.

Com esses investimentos, a CSN pretende ampliar o uso de hidrogênio verde e outras soluções de baixo carbono na sua produção, ao mesmo tempo em que avalia novas tecnologias que possam contribuir para a redução de emissões e a eficiência energética na siderurgia.

Fonte: Finep

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