Cidade economiza 22 mil m³ de água potável por mês com iniciativa ambiental inédita no setor de limpeza pública.
Por: Redação Portal Sustentabilidade
A cidade de Jundiaí, no interior de São Paulo, está implementando uma importante ação sustentável voltada à gestão de resíduos sólidos e à preservação dos recursos hídricos. Desde o início deste ano, o Departamento de Limpeza Pública de Jundiaí passou a utilizar água de reúso para a higienização dos 2.000 contêineres de lixo instalados estrategicamente em bairros com maior densidade populacional.
Com a nova prática, o município economiza cerca de 22 mil metros cúbicos de água potável todos os meses — o equivalente a quase nove piscinas olímpicas cheias —, que antes eram utilizados na limpeza desses equipamentos.
O projeto reforça o posicionamento de Jundiaí como uma cidade comprometida com a sustentabilidade ambiental e com a eficiência no uso de recursos naturais, segundo a secretaria.
Água de reúso

A água de reúso utilizada é proveniente do tratamento de efluentes e tem destinação específica para serviços que não exigem água potável. No caso da limpeza dos contêineres, o recurso cumpre perfeitamente sua função, sem comprometer a saúde pública ou o meio ambiente.
“Estamos adotando uma solução moderna, eficiente e ecologicamente correta. Essa água, que antes seria descartada, agora serve para limpar nossos contêineres, sem impactar o abastecimento de água potável da cidade”, explica José Manoel Pereira de Siqueira, diretor de Limpeza Pública da Unidade de Gestão de Infraestrutura e Serviços Públicos (UGISP).
Ele ainda destaca que a medida gera benefícios tanto econômicos quanto ambientais. “É uma economia para os cofres públicos e uma contribuição direta à preservação dos mananciais e à redução do consumo de água potável, que deve ser destinada a atividades essenciais como o uso humano e hospitalar.”
Os contêineres de lixo coletivo estão localizados principalmente nos bairros Jardim Novo Horizonte, Residencial Jundiaí I e II, Parque Almerinda Chaves, Parque da Represa e Fazenda Grande. Esses equipamentos são fundamentais para manter a cidade limpa, evitar o acúmulo de resíduos nas calçadas e facilitar a coleta realizada pelas equipes da limpeza urbana.
A manutenção adequada dos contêineres é essencial para garantir higiene, segurança sanitária e qualidade de vida à população. Com a limpeza frequente utilizando água de reúso, a cidade também contribui para o controle de vetores de doenças, como ratos e insetos, que se proliferam em ambientes com acúmulo de lixo.
Compromisso com os ODS

A ação integra as diretrizes do Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) e está alinhada com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), especialmente os ODS 6 (Água potável e saneamento) e ODS 11 (Cidades e comunidades sustentáveis).
Segundo o diretor da UGISP, a gestão municipal tem buscado soluções inovadoras para tornar Jundiaí uma cidade referência em inteligência urbana, tecnologia ambiental e gestão eficiente de serviços públicos.
“Não se trata apenas de economizar água, mas de repensar a forma como lidamos com os recursos naturais. Nosso foco é adotar uma visão sustentável em todas as áreas da administração pública”, reforça Siqueira.
A adoção da água de reúso para a lavagem de contêineres se soma a outras políticas públicas voltadas à sustentabilidade em Jundiaí, como o incentivo à coleta seletiva, a ampliação dos pontos de entrega voluntária (PEVs) e a educação ambiental nas escolas.
Nos próximos meses, a prefeitura estuda ampliar o uso da água de reúso para outras atividades urbanas, como a lavagem de praças públicas, vias de grande circulação e a irrigação de áreas verdes — sempre com foco na redução do consumo de água potável e na eficiência dos serviços urbanos.
Com essa iniciativa, Jundiaí busca se consolidar como exemplo para outras cidades brasileiras que buscam implementar soluções sustentáveis e inteligentes na gestão urbana. A prática da reutilização de água em serviços públicos é uma tendência crescente e necessária diante dos desafios ambientais globais e da crescente escassez de água potável em diversas regiões.
Fonte: PMJ