A nova economia azul adiciona sustentabilidade para a velha economia do mar, contribuindo assim para o desenvolvimento sustentável das comunidades.
Ocupando mais de 70% da superfície do planeta Terra, os oceanos possuem uma grande importância ecológica, climática e até econômica, sendo que o Oceano Pacífico é o maior oceano do planeta, responsável por recobrir quase que um terço da superfície terrestre, perfazendo uma área de aproximadamente 165 milhões de quilômetros quadrados (Km²).
Extremamente importantes pelos recursos disponibilizados para a sociedade humana, os oceanos são imprescindíveis em todos os aspectos da vida, porém são as maiores vítimas da poluição gerada pelo homem, sendo que dentre as atividades mais poluentes e que ameaçam a vida marinha, destacam-se fertilizantes, pesticidas agrícolas, derramamentos de óleo, plásticos e esgoto não tratado.
É justamente por serem imprescindíveis em todos os aspectos da vida, dentre eles o econômico, que o ser humano faz muitas vezes o uso dos oceanos de maneira prejudicial, resultando no despejo de rejeitos de diferentes processos produtivos.
Para que o ser humano desfrute de todos os recursos, é necessário que os setores econômicos se envolvam de maneira eficiente e sustentável, sem causar danos ao ecossistema, é a economia azul acontecendo.
Diante disso, o Portal Sustentabilidade lhe convida para “mergulhar” em um mar de oportunidades sustentáveis que visam promover a criação de empregos e riquezas, além da preservação de espaços aquáticos e marinhos.
Origens do termo “economia azul”
Foi através do livro A Economia Azul (2009), escrito pelo economista belga, Gunter Pauli em que se buscou promover um modelo econômico acessível a todos e que tivesse como centro o respeito ao meio ambiente, em que se falou sobre 100 inovações que gerariam mais de 100 milhões de empregos de forma sustentável.
Considerado o “Steve Jobs da Sustentabilidade”, Pauli apresenta uma alternativa para a economia verde, o que em sua opinião, se trata de um sistema de produção com preços tão altos que somente a elite tem acesso a produtos orgânicos.
Portanto, o autor deixa claro que a economia azul visa tornar acessível a todos os tipos de consumidores, copiando a essência da natureza em seu processo.
Em entrevista para a BBC News Mundo, Pauli fala sobre um novo conceito que posteriormente foi incluído na Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável Rio +20 em 2012.
Foi nesta entrevista que o economista revelou que tudo que é verde é caro e inacessível, levantando a questão sobre como é possível ter uma economia em que somente os ricos conseguem pagar para fazer algo bem feito.
Também empresário e fundador da Zero Emissions Research Initiative (ZERI), Pauli afirmou que 70% da população vive a beira-mar e não está aproveitando os recursos que os oceanos disponibilizam, usando o mar como um depósito de lixo, acrescentando que, atualmente, só se pensa em pesca e mineração em alto mar, sem ir mais além.
Mas o que vem a ser a economia azul?
A nova economia azul adiciona sustentabilidade para a velha economia do mar, em que une o mar e os seus atuais e futuros usos, unindo regiões, industrias e pessoas, alinhando interesses e conciliando expectativas e contribuindo assim para o desenvolvimento sustentável das comunidades.
Com isso, os usos que são feitos através do turismo, da energia, do transporte marítimo, da construção naval, da pesca e de muitas outras atividades tradicionais ou emergentes, direta ou indiretamente relacionadas ao mar podem ser bem-sucedidas, desde que sejam combatidas as práticas que ofereçam riscos à sobrevivência das espécies marinhas e até da humanidade.
Para que todo o potencial dos mares seja devidamente aproveitado, é necessário que o ecossistema existente neles sejam mantidos.
Compreendendo uma série de atividades relacionadas com os meios aquáticos e marinhos, como a pesca, aquicultura, o turismo azul, os portos e o transporte marítimo, a construção naval, as energias renováveis do mar, ensino, investigação, entre outras atividades, a economia azul é impulsionada por vários fatores, como o saneamento básico, um oceano saudável e resiliente, biodiversidade protegida, ecossistemas vibrantes, educação e desenvolvimento social incluso.
O foco é justamente a utilização dos recursos aquáticos e na promoção do desenvolvimento econômico, sem comprometer a saúde e a sustentabilidade do oceano, do planeta e das pessoas.
Assim, a economia azul abrange todos os espaços aquáticos, incluindo mares, oceanos, costas, lagos, rios e águas subterrâneas.
Qual a importância da economia azul para o mundo?
O planeta Terra não pode sobreviver sem oceanos e mares saudáveis.
Os mares absorvem 30% do CO2 mundial, enquanto o fitoplâncton marinho gera 50% do oxigênio necessário para a sobrevivência.
Essencial para o bem-estar social, o mar é uma fonte importante para a geração de energias limpas, como a eólica e a hídrica, além de captar os gases de efeito estufa, prejudiciais ao nosso planeta e gera oxigênio para as pessoas por meio das algas.
Segundo a Organização das Nações Unidas, a ONU, mais de 40% da população mundial ou 3,1 bilhões de pessoas vivem a menos 100 quilômetros (Km) do oceano ou do mar em cerca de 150 países litorâneos e insulares.
Foram através de atividades sustentáveis, produção de energia renovável, ecoturismo e outras atividades que muitos países conseguiram aumentar suas taxas de emprego e saneamento, diminuindo significativamente a pobreza, a desnutrição e a poluição.
As atividades oceânicas devem conservar a vida humana, a vida animal, as florestas e principalmente, os oceanos e conservar significa usufruir com cuidado, com responsabilidade, com proteção, com sustentabilidade os recursos disponíveis pela natureza.
Desenvolvimento sustentável
Portanto, a bussola do desenvolvimento social e econômico deve sempre apontar para a preservação, para a sustentabilidade.
Não se trata apenas de usufruir ou utilizar, mas é preciso mudar a maneira de como isso é feito, ou seja, fazer do jeito correto, fazer de um jeito que seja sustentável e com a finalidade de que o ecossistema lide com esses impactos de forma equilibrada.
A geração de empregos, o desenvolvimento local das cidades costeiras, a alfabetização e a promoção de segurança alimentar, por exemplo, são partes fundamentais para uma economia azul, ou seja são imprescindíveis no desenvolvimento de um plano de aproveitamento das riquezas dos mares e oceanos.
Considerar os espaços aquáticos como os principais motores de inovação e crescimento para um desenvolvimento econômico sustentável e rentável é o eixo da chamada economia azul.
Saber valorizar os recursos marinhos e utilizá-los de maneira sustentável é benéfico para o Planeta Terra e para toda a humanidade.
Fontes: